Principal motor da economia gaúcha, o agronegócio ganhará um apoio fundamental para aumentar a produção e a produtividade das propriedades rurais. O governador Eduardo Leite assinou, nesta quarta-feira (7), o decreto que institui o programa Energia Forte no Campo, que garantirá R$ 20 milhões para melhorar as redes de distribuição de energia elétrica.
Assinado em cerimônia no Palácio Piratini e transmitida pelas redes sociais, o decreto garantirá, já a partir de outubro, que produtores rurais, através de cooperativas, acessem crédito para investir na complementação de fases elétricas, substituição de postes de madeira por de concreto, instalação de transformadores, modernização de sistemas, adequação dos níveis de tensão e, ainda, a qualificação do atendimento ao consumidor rural.
O Estado tem cerca de 506 mil propriedades rurais eletrificadas, das quais somente 37% com redes trifásicas, limitando a instalação de máquinas e equipamentos para aumento da produção. Conforme estudos anteriores, o custo de ampliação para trifásica de toda a rede é estimado em R$ 1 bilhão.
“É caro levar energia, mas o preço de não tê-la é ainda maior. É por isso que o Estado fez esse esforço, aportando R$ 4 milhões do orçamento, que é um valor diminuto diante da necessidade, mas que corresponde à nossa capacidade neste momento e que só está saindo do papel graças à parceria com o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e ao engajamento das cooperativas e dos produtores”, afirmou o governador.
“Investir em agronegócio é investir em todo o Estado, porque aumentando a produtividade dos produtores, geramos mais renda à população, mais empregos, mais investimentos e, consequentemente, ajuda a economia de todo o RS a girar melhor”, destacou Leite.
Na primeira fase do programa, estão previstos investimentos para transformar em trifásica 364 quilômetros de rede de distribuição, beneficiando 1.120 pequenos produtores. Para isso, estão previstos R$ 20 milhões, que têm as seguintes origens:
• R$ 11 milhões serão por meio de financiamento com o BRDE, com carência de até dois e 10 anos para quitar o financiamento;
• R$ 4 milhões serão destinados pelo governo do Estado;
• R$ 3 milhões virão de cooperativas;
• R$ 2 milhões de prefeituras.
Conforme o titular da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Artur Lemos Júnior, o Energia Forte no Campo começa com as cooperativas, mas deverá ser estendido para concessionárias e permissionárias, além de produtores independentes. “Queremos atender todo o Estado e faremos um esforço ainda maior para converter mais recursos para o programa nos próximos anos”, destacou Lemos.
Entre as atividades que serão mais beneficiadas, conforme levantamento da Sema, a transformação em rede trifásica pode aumentar a produtividade em 209% na produção de milho, 104% na soja, 157% na de feijão, 128% na de leite, além de favorecer a atividade de áreas irrigadas.
“Todo investimento feito no agronegócio tem retorno e resultados em menos de um ano. Quando o investimento é em energia, como será agora, o salto será enorme. Teremos uma produção gaúcha antes e outra depois do Energia Forte no Campo”, afirmou o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho.