O governador Eduardo Leite visitou a cidade de Santa Tereza na tarde desta segunda-feira (20) para avaliar a situação após a nova enchente causada pelas chuvas que atingiram a região nos últimos dias. Eduardo Leite chegou à cidade por volta das 15h, onde se encontrou com a prefeita Gisele Caumo, e, posteriormente, foram averiguar as áreas mais afetadas pelo Rio Taquari.
Leite concedeu uma coletiva de imprensa em uma estrada que estava sendo entregue ao município, porém acabou sendo destruída ainda na enchente de setembro. Em entrevista, Leite relatou que conversou com os prefeitos da região e que está sendo feito um levantamento sobre as necessidades mais urgentes para que as primeiras medidas sejam tomadas.
“Naturalmente, nesse momento, a necessidade para restabelecer os serviços é maquinário para poder limpar, arrumar a cidade dos estragos mais imediatos, fazer desobstrução de vias, arrumar estradas, estradas rurais, porque ficaram muito comprometidas. Então a gente está providenciando, aprendizado com os outros episódios de chuvas. A gente criou uma nova ferramenta de disponibilização de recursos para os municípios, que é repasse fundo a fundo, orientando os prefeitos todos que, a partir do decreto de situação de emergência, façam a requisição dos valores e disponibilizar pelo menos 400 mil reais para cada um dos municípios, para horas máquina, para fazer limpeza, desobstrução de vias, todo o conserto que for necessário e se o município precisar para comprar telhas, lona, o que for necessário“.
Leite destacou que será acompanhado os estragos maiores para a formulação dos planos de trabalho, bem como buscar outros recursos para restabelecer as condições de infraestrutura que foram afetadas nesse episódio de chuvas.
“Para as pessoas que foram afetadas, o nosso programa Volta por Cima. A gente disponibiliza recursos para as famílias de baixa renda que foram afetadas, acreditando no seu cartão cidadão, que é um cartão de compras, onde a gente faz o programa Devolve ICMS, onde faz o programa Todo Jovem na Escola. Nesse mesmo cartão vai ser depositado R$ 2.500,00 por família que foi atingida nos municípios em situação de emergência, situação de calamidade. E foram muitas as famílias atingidas. Acabei de visitar São Sebastião do Caí, que teve mais da metade da cidade, talvez 80% da zona urbana da cidade, impactada com as cheias do rio Caí. E aqui também no Vale do Taquari. A gente está disponibilizando esses recursos. Cuidar das pessoas e ajudar as cidades a restabelecerem a ordem é a prioridade agora“.
O governador também explicou que será identificado outros equipamentos públicos que foram afetados, escolas e postos de saúde para poder ir disponibilizando recursos, equipamentos e tudo o que for necessário para a cidade se restabelecer.
Agricultura
Com a safra de uva chegando no verão, o governo do RS deverá reforçar os recursos que já foram disponibilizados dentro de um programa de recuperação de solos, porque todas as margens dos rios onde a lama subiu, deteriorou as condições e degradou o solo, precisarão ser recuperados.
“Disponibilizamos recursos já até dos outros episódios de enchentes que, se for o caso, serão reforçados agora dentro de um programa de recuperação de solos, onde a gente faz a compra do calcário e de outros materiais e insumos que são necessários para poder tornar o solo fértil novamente, nutrientes que serão necessários para recuperar as condições de produção nessas terras. A gente já vinha desenvolvendo um programa em função dos outros episódios e vamos reforçar também os recursos. Vou reunir com os secretários para identificar o que mais vai ser necessário“.
Medidas para evitar possíveis novas enchentes
No mês de setembro, quando aconteceu a enchente, foi informado medidas para combater e diminuir os impactos das questões climáticas no futuro, porém dois meses depois o problema voltou se repetir. Leite destacou que foi assinado um decreto nesta segunda-feira (20) que cria o gabinete de crise climática do estado do Rio Grande do Sul. Esse gabinete de crise climática vai fazer o chamamento de entidades, personalidades, cientistas para colaborar e mobilizar a sociedade civil para puxarmos nessa direção.
“Agora, claro, não é uma coisa que você resolve da noite para o dia. São menos de três meses, cerca de 80 dias entre um evento e outro desse mais grave, depois de uma estiagem. Então, nós vamos ter que ter a capacidade de resiliência, conviver com situações como essas. Vamos ter que recuperar, vai se estragar de novo, vamos ter que recuperar novamente, vamos ter que trabalhar convivendo com isso e fazendo a nossa atuação para poder mitigar, reduzir ao longo do tempo os transtornos causados por eventos climáticos extremos“.
Conforme a previsão, por conta do evento climático ‘El Niño’, a expectativa é de até o mês de abril ocorrer praticamente toda semana ou a cada 15 dias eventos de chuvas mais intensas que vão causar transtornos no Estado.