A Polícia Civil (PC) desarticulou, nesta segunda-feira (29), um grupo suspeito de cometer extorsões e golpes de nudes, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e corrupção de menores no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Até o momento, segundo a corporação, 31 suspeitos foram presos, sendo 29 no estado gaúcho e duas em território catarinense.
As ofensivas integram a Operação Cantina, que ocorreram simultaneamente nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí, Imbé e Florianópolis (SC). A operação mobilizou 150 policiais civis dos dois estados.
De acordo com o delegado Rafael Liedtke, as investigações iniciaram há onze meses com a apreensão de uma pistola calibre .9mm e uma Mercedez-Benz avaliada em R$ 160 mil em posse de um suspeito, em Cachoeirinha. A partir da prisão do indivíduo, foi constatada pela PC e atuação de um grupo estruturado nas Zonas Leste e Sul da Capital Gaúcha, com ramificações em SC.
Conforme a corporação, um dos principais líderes da organização é membro de facção criminosa no RS, e convocava outros criminosos, geralmente em privação de liberdade, para auxiliarem na prática do golpe dos nudes. Ele exercia, enquanto esteve detido em presídios de Porto Alegre, a função de cantineiro, ocasião em que teria feito contato com diversos faccionados.
Atuação do grupo
As investigações da Polícia Civil detalham que o grupo entrava em contato, por redes sociais, com homens de classe média/alta por meio de perfis falsos de mulheres jovens para obter fotografias das vítimas nuas. Ao obter o conteúdo, era iniciada uma série de extorsões.
“O esquema era perfeitamente delineado, com vasto material que auxiliava na ilusão das vítimas e que era transmitido entre os criminosos. Para a produção do material, os investigados inclusive aliciavam adolescentes, que mandavam fotografias, áudios e vídeos sob remuneração e até mesmo sob ameaças”, divulgou o delegado Liedtke.
A segunda etapa do esquema era a receptação do produto das extorsões por pessoas também aliciadas pela organização que, posteriormente pulverizavam o dinheiro entre laranjas até que os líderes da organização obtivessem lucro.
Os valores eram, então, distribuídos para outros criminosos da rede, em sua maioria presos, que utilizavam o dinheiro para obter privilégios nas cantinas das casas prisionais. Ainda conforme a corporação, parte do lucro retroalimentava o tráfico de drogas e de armas.