A gigante chinesa State Grid arrematou o principal lote no maior leilão de transmissão da história do Brasil, realizado nesta sexta-feira (15), na sede da B3, em São Paulo. A empresa ofereceu o maior deságio para construir linhas de transmissão nos estados do Maranhão, Tocantins e Goiás, com um investimento previsto de mais de R$ 18 bilhões. Outros dois lotes continuam em disputa, totalizando R$ 21,7 bilhões em investimentos para reforçar o transporte de energia no país. O leilão foi baseado na proposta com maior deságio da RAP (Receita Anual Permitida Contratada), ou seja, os grupos que ofereceram o maior desconto para operar as linhas de transmissão saem vencedores. No caso do primeiro lote, a State Grid ofertou R$ 1,9 bilhão, representando um deságio de 39,9%.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) explicou que o objetivo do certame era aumentar a interligação entre as regiões Norte e Nordeste com as demais regiões do país, ampliando a capacidade de escoamento de excedentes de geração. Atualmente, a geração eólica e solar no Nordeste excede o consumo, levando algumas usinas a pararem a produção por falta de onde enviar a energia.
No leilão desta sexta-feira, foram oferecidos três lotes em cinco estados (Goiás, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins) para a expansão de 4.471 quilômetros de novas linhas, além do reforço de subestações e conexões com o SIN (Sistema Interligado Nacional). O destaque fica para o sistema especial de transmissão contratado, em corrente contínua, denominado HVDC, que é mais caro que o convencional em corrente alternada, mas permite maior controle do fluxo de energia elétrica entre as regiões, com alta confiabilidade e menores perdas.
Essa é a segunda vez que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza um megaleilão de energia. Em junho, foram oferecidos nove lotes em sete estados, com previsão de R$ 15,7 bilhões em investimentos para a construção de 6.184 quilômetros de linhas de transmissão e subestações. Um outro certame está previsto para ser realizado em março do próximo ano, com 15 lotes para a construção de 6.460 quilômetros de linhas e novas subestações, a um investimento estimado em R$ 18,2 bilhões.
Fonte: Jovem Pan