Não é de hoje que um dos principais objetivos dos operadores do turismo em Bento Gonçalves é diversificar a capacidade de atração de turistas em todas as épocas do ano, para ampliar a ocupação hoteleira e diminuir a sazonalidade inerente aos principais roteiros do município, ligados principalmente à enogastronomia.
Neste sentido, a captação de eventos para fomentar o turismo de negócios tem sido cada vez mais estimulada na cidade, e a Fundaparque, entidade que administra o parque de eventos de Bento Gonçalves, é hoje um dos principais instrumentos para isso. Somente neste ano, a entidade já garantiu a realização de 36 eventos, superando em 10% os objetivos traçados para 2018 e ampliando em 40% o número de eventos realizados em 2016, quando o planejamento estratégico da entidade foi elaborado.
A projeção é chegar a 2021 com agenda para cerca de 45 eventos, mas, para o presidente da Fundaparque, Sílvio Sandrin, é possível crescer ainda mais. “Nossa projeção é chegar em 2021 a 45 eventos. Mas temos potencial até para avançar além disso. Depende muito desse trabalho coletivo com as entidades. São novas oportunidades que estamos tentando explorar”, avalia, sustentando que o parque de eventos aposta na versatilidade de sua estrutura para atrair e sediar aeventos dos mais diversos perfis.
Não há limites: de eventos benemerentes, de caráter comunitário ou empresarial, a congressos técnicos ou feiras internacionais, de formaturas a shows artísticos, manifestações culturais e até casamentos são realizados hoje no parque. Somente no primeiro semestre deste ano, o parque abrigou a 28ª edição da maior feira multissetorial do país, a ExpoBento, e sediou a Transposul, por exemplo.
Para o segundo semestre, estão previstos, entre outros eventos, shows nacionais de Wesley Safadão e de Nando Reis, uma nova edição do consagrado Bento em Dança, o Congresso Brasileiro de Transformação Digital, que vai reunir também uma exposição apresentando as novidades do setor, e a Wine South America, a primeira feira internacional de vinhos a ser realizada no país, em setembro.
Para Gilberto Durante, vice-presidente da Fundaparque e um dos responsáveis pela captação de eventos, o turismo de negócios é fundamental para ampliar a capacidade de atrair visitantes ao município. “Esse é o papel estratégico fundamental. Embora a cidade tenha avançado, criando alternativas como o turismo de aventura e o turismo cultural, aliadas ao enoturismo, que é o carro-chefe, o turismo de negócios e eventos tem um diferencial muito importante: ele traz um dinheiro novo para o município muito rapidamente”, assegura.
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De acordo com ele, mensurar esses benefícios ainda é uma tarefa subjetiva, porque os resultados são verificados em diversos setores e de diversas maneiras. Números da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) indicam que, em média, um turista de negócios gasta por dia R$ 438 no destino, entre hospedagem, alimentação, combustíveis e lazer.
“Ainda não existe uma fórmula para calcular isso tudo”, reflete Sandrin, lembrando que Bento Gonçalves recebe cerca de 1,5 milhão de turistas ao ano, e que, muitas vezes, um evento que traz à cidade cerca de duas mil pessoas na Fundaparque nem é notado pela população. “Hoje a população recebe três tipos de turista, e quem se movimenta em função de feiras e congressos ainda é um número reduzido”.
Atualmente, Durante acredita que a cidade está entre os três principais destinos de atração de eventos no estado, juntamente com Gramado e Porto Alegre. Para ele, isso se deve em grande parte à estrutura do parque de eventos, considerado um dos principais equipamentos desse porte no país, e que permite a realização de até três eventos simultâneos, aliado à infraestrutura do município e aos atrativos turísticos da cidade e da região.
“Precisamos otimizar muito, valorizar esse espaço desse tamanho e qualidade como poucos no Brasil, e aliado a essas questões que o destino oferece de uma cidade menor, com mais segurança, da imigração italiana, do vinho e do enoturismo como grande diferencial a proximidade dos aeroportos de Caxias e Porto Alegre como uma potencialidade muito grande para atingir nossos objetivos”, avalia Durante.
Além disso, Sandrin destaca que a administração profissionalizada e a autonomia do Poder Público também são diferenciais positivos para quem projeta a atração de eventos com pelo menos três anos de antecedência.
“O fato de ser uma entidade administrada separadamente do poder público traz uma séride de benefícios. Um deles é poder administrar interesses e poder fixar datas. Nós podemos garantir”, sintetiza o presidente da Fundaparque.
