O vereador bento-gonçalvense Neri Mazzochin (PP) poderá ser investigado por condutas em desacordo com o mandato parlamentar pelo que aparentemente é a consequência de um descuido e uma indiscrição do edil durante o horário de expediente que antecedeu a sessão legislativa desta segunda-feira, dia 18: em uma página do vereador nas redes sociais, um material com conteúdo de nudez foi postado em pleno horário da sessão legislativa, quando os vereadores debatiam o projeto de revisão ao plano diretor. A fotografia, que logo foi apagada da página, mostrava uma imagem de nudez de uma assessora do vereador, contratada no dia 5 deste mês como coordenadora de gabinete.
As imagens íntimas da assessora foram logo apagadas das redes, mas ficaram expostas por tempo suficiente para viralizar. O episódio poderá render uma investigação da comissão de ética da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves, porque pode representar uma afronta ao que determina o Código de Ética da Câmara em pelo menos dois artigos.
A conduta do vereador, que teria registrado uma ocorrência policial ainda na noite desta segunda-feira alegando que estaria sendo vítima de extorsão, pode ser enquadrada no artigo 4º do capítulo II do código, que determina como deveres fundamentais do vereador “tratar com respeito e independência (…) os servidores da Casa” e “manter o decoro parlamentar e preservar a imagem” do Legislativo.
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Além disso, o código determina, no artigo 8º do capítulo IV, que são atos incompatíveis e atentatórios com o decoro parlamentar, e merecem punição, “praticar ofensas físicas ou morais nas dependências da Câmara” e “usar os poderes e prerrogativas do cargo para constranger ou aliciar servidor, colega ou qualquer pessoa sobre a qual exerça ascendência hierárquica, com o fim de obter qualquer espécie de favorecimento”.
Até o final da manhã desta terça-feira, dia 19, ninguém havia se manifestado sobre o ocorrido. A assessora permanecia lotada no cargo e nenhum membro da Mesa Diretora se pronunciou a respeito. Procurado pela reportagem, o vereador Mazzochin não atendeu às ligações e nem retornou as chamadas.
Casos semelhantes resultaram na cassação de mandatos em alguns locais do país. Em um dos episódios mais recentes, em janeiro deste ano, um vereador da cidade de Guapiara, no interior de São Paulo, teve o mandato cassado depois que mandou “nudes” de dentro do banheiro da Câmara durante o expediente.
