Caxias do Sul

Filha doa cabelos para mãe com câncer em Caxias do Sul

Exército da Dona Rita. Em pé da esquerda para direita: Geraldo, genro, Ruan, 29, filho, Andressa, 16, filha. Sentados: Andrelise, 21, filha, Rita de Cássia, 47, e Maria Juventina, 65, matriarca. (foto: Ricardo Gatelli)
Exército da Dona Rita. Em pé da esquerda para direita: Geraldo, genro, Ruan, 29, filho, Andressa, 16, filha. Sentados: Andrelise, 21, filha, Rita de Cássia, 47, e Maria Juventina, 65, matriarca. (foto: Ricardo Gatelli)

A dona de casa Rita de Cássia Rodrigues, 47 anos, como toda vítima de câncer tem uma história de superação. Sabendo da vaidade da mãe, a filha do meio, Andrelise Elisabeth Farioli, decidiu cortar o próprio cabelo para doar à genitora como forma de amenizar os impactos visuais da quimioterapia e demais tratamentos.

Andrelise, em um gesto genuíno de amor, deixou os cabelos crescerem para confeccionar uma peruca para sua mãe manter a auto-estima, e, diga-se de passagem, auto-estima e bom-humor é o que não faltam à Dona Rita.“Eu sempre falo para ela, tu é a mulher mais bonita do mundo”, conta Andrelise, que não sai do lado da mãe. “A gente sabia que quando ela saísse das cirurgias ia precisar fazer quimioterapias e as quimios fazem o cabelo cair. Então, a forma que achei de ajudar a mãe foi dando meus cabelos para ela.”

Exército da Dona Rita. Em pé da esquerda para direita: Geraldo, genro, Ruan, 29, filho, Andressa, 16, filha. Sentados: Andrelise, 21, filha, Rita de Cássia, 47, e Maria Juventina, 65, matriarca. (foto: Ricardo Gatelli)

A saga da dona de casa teve início no dia 15 de dezembro de 2016, como ela conta, “eu sentia fortes dores, então fui ao hospital Virvi Ramos, onde conheci o médico Guilherme, que realizou uma série de exames aprofundados para descobrir o que eu tinha comigo.” Então, veio a notícia que ninguém quer escutar, o diagnóstico de câncer. Andrelise, diz que o início não foi nada fácil. “Quando falaram que a mãe tinha câncer e que ele já estava espalhado pelo estômago, fígado, pulmão e cérebro, deram dois dias de vida para ela. Inclusive, a primeira médica que atendeu a mãe não quis nem saber.”

As batalhas da vida nunca são travadas sozinhas e, neste momento, depois do descaso da médica, surge mais um soldado do exército de Rita de Cássia, o médico Eduardo Brambilla. “Ele não desistiu de mim e em questão de pouco tempo fiz sete cirurgias. Eu entrei no hospital com 55 kg e após os procedimentos estava 32 kg.”

Rita de Cássia não se abala. “Eu passava nos corredores do hospital parecendo uma miss, abanava e sorria para todos.”. Como ser humano, ela também tem altos e baixos, mas a família é essencial. “Meus filhos, meu marido e minha mãe são tudo, quando estou nas quimioterapias e os remédios são muito fortes eu penso: eu vou, mas eu volto por eles. Se eu não fosse assim, acho que não tinha saído da cama depois da primeira cirurgia.”

Cada dia é um novo desafio para Rita de Cássia, que tem nome de santa e um exército de amor da família para vencer esta guerra.