A dança reúne movimentos que refletem a alma e assim foram os cinco dias de Festival Internacional de Folclore de Nova Prata – 14ª edição. A energia nos pés de mais de 500 dançarinos que traduziram em dança e música a cultura de 13 países. As 25 mil pessoas, aproximadamente, que acompanharam os shows vivenciaram a tradição da Alemanha, Argentina, Brasil, Colômbia, Panamá, Uruguai, República Tcheca, Equador, Polônia, Chile, Lituânia, Peru e Paraguai em apresentações na Praça da Bandeira, no Grêmio Pratense (antiga sede) e no Ginásio Alcides Tarasconi.
Na noite de encerramento, a presidente do Festival, Veridiana Valar Ciotta, ressaltou a importância de cada um para a realização e sucesso. “Um evento dessa amplitude merece o envolvimento de tantas pessoas e a nossa gente deu as mãos e acolheu os povos que passaram por Nova Prata. Foram cinco dias de emoção e encantamento em todas as atividades”.
Já o Prefeito Volnei Minozzo agradeceu a realização do Festival para que Nova Prata possa se transformar no centro da região. “Nesses cinco dias percebemos o quanto a festa é importante para que nossa cidade possa se diferenciar das demais. Parabéns a todos os envolvidos”.
Para o diretor da Federação Internacional de Festivais de Dança/Colômbia (FIDAF), Junior Murillo Madrigal, o Festival é a oportunidade de mostrar a cultura de diferentes povos. “Precisamos criar uma sociedade com uma nova riqueza étnica, trazendo mais amor e cultura para todos. Aqui é muito bem organizado e valoriza as tradições, o que é de extrema importância para a manutenção dessa cultura”. Madrigal também é diretor da Colômbia e se apresentou em todas as noites do evento.
Quando completa 20 anos do primeiro evento, o Festival Internacional de Folclore de Nova Prata foi reconhecido como integrante da Federação Internacional de Festivais de Dança (FIDAF) e passa a integrar a entidade em função da excelência e qualidade de suas apresentações e organização.
Feiras movimentaram a cidade
Além da dança, Nova Prata sediou três feiras. A inédita Feira Gastronômica oportunizou que o público saboreasse a gastronomia de oito food trucks, disponíveis na Praça da Bandeira. As Feiras do Livro e do Artesanato também reuniram centenas de pessoas na Praça e na antiga sede do Grêmio Pratense. Itens de madeira e palha, estamparia, patchwork, bijuterias e outros foram destaque do Artesanato. Já na Literatura, grandes clássicos, best sellers e livros infantis foram os que mais chamara a atenção dos visitantes.
A arte por meio da dança
Os olhares atentos, o sorriso e os aplausos no fim de cada show demonstraram a empolgação e o agradecimento do público.
Os grupos estrangeiros levaram ao palco as danças típicas de seus países e esbanjaram simpatia, alegria e orgulho de suas histórias: o Uruguai e a milonga, o Panamá e a preservação das tradições, a Alemanha e seus clássicos musicais, a Colômbia e sua vibração, a República Tcheca e a suavidade e delicadeza da dança; a Argentina e seu estilo nortenho, o Equador e a valorização da pátria, a Polônia e vivacidade da sua cultura, o Paraguai e a força paraguaia, o Chile e as máscaras diabladas, que tem o objetivo de expulsar os demônios; a Lituânia e sua precisão e o Peru e a diversão do povo sul-americano.
Os grupos do Brasil também apresentaram espetáculos de emocionar. O Bailado Gaúcho, anfitrião do evento, levou ao palco a malandragem e malemolência do Rio de Janeiro da década de 20, o Reizado das Alagoas, e traduziu com fervor a Gente da Terra, tema do evento. O Grupo Cala e os CTGs Querência do Prata e Retorno à Querência deram o tom gauchesco com danças típicas do Rio Grande do Sul. A APAE e a ASCODEF foram a simplicidade e o encanto e emocionaram o público, assim como o Grupo Afro que levantou o público e foi aplaudido de pé. O Abadá lembrou os jogos de capoeira e o Kalina da tradição polonesa. Pernambuco foi a terra homenageada pelo Bailadinho, com as danças: frevo, xote e ciranda. Quem também emocionou o público foi o Bailado Gaúcho Velha Guarda, que reuniu 22 ex-integrantes do Bailado, de todas as gerações, que dançaram em homenagem aos 25 anos do grupo e apresentaram um espetáculo de danças gaúchas.
Para encerrar e reverenciar o tema do Festival, um casal de cada país levou terra ao palco e um músico de cada grupo se uniu para completar o show. O homenageado dessa edição foi o professor e escritor Geraldo Farina, que recebeu a honra emocionado e muito feliz pela lembrança.
Curiosidades
O colorido da Colômbia, a serenidade da República Tcheca, o entusiasmo do Uruguai e a disciplina da Alemanha chamaram a atenção de quem circulou por Nova Prata. Durante os dias cinco, os quatro grupos permaneceram na cidade e se apresentaram em todas as noites do evento. E as tradições se mantiveram mesmo nos momentos de lazer.
Os Hermanos uruguaios trouxeram um companheiro na bagagem. O mate acompanhou o grupo em todas as atividades. Os tchecos também trouxeram um pouquinho do seu país com a grapa, bebida semelhante a graspa brasileira.
Os alemães não trouxeram a cerveja, mas provaram da brasileira e aprovaram. Apesar de acharem mais suave, eles gostaram da artesanal e desmistificaram uma lenda: na Alemanha não se bebe cerveja quente. A bebida é refrigerada, mas não tão gelada para não perder o gosto.
A Colômbia encantou com as roupas coloridas, as danças sensuais e com a disciplina. Diariamente, os dançarinos ensaiavam de 2 a 3 horas para que o espetáculo fosse o mais perfeito possível. E para quem assistiu, com certeza pode comprovar a excelência e beleza.