O Portal Leouve e as emissoras do Grupo RSCOM iniciam nesta segunda-feira (07) a apresentar uma série de matérias especiais com personalidades, empresários e políticos de Farroupilha que falam sobre os 86 anos de emancipação política da cidade, comemorados no próximo dia 11 de dezembro.
Farroupilha é considerada o “Berço da Imigração Italiana no Estado do Rio Grande do Sul”. As primeiras famílias de imigrantes chegaram na localidade que denominaram Nova Milano, atual sede do 4º distrito da cidade, em maio de 1875, vindas da província de Milão, norte da Itália. As primeiras famílias foram as de Stefano Crippa, Tomazo Radaelli e Luigi Sperafico, que encontraram as terras devolutas e praticamente inexploradas da região, com grande quantidade de matas virgens e um índio semicivilizado conhecido como Luís Bugre, que serviu de guia a eles.
O atual prefeito da cidade, Pedro Pedrozo, comentou que ele é, como os primeiros imigrantes, um dos farroupilhenses que nasceu em outra cidade e escolheu Farroupilha para morar. Pedrozo é natural de Santa Maria e está há 31 anos residindo na cidade. Ele comentou sobre a aceitação de Farroupilha quando chegou.
“O mundo se movimenta quando as pessoas dão um passo a mais do que apenas cuidar da sua vida. São essas pessoas que fazem a diferença. Nosso povo veio em busca de trabalho e Farroupilha tem essa característica boa, de acolher, de tratar bem, de fazer as pessoas crescerem. Eu sou muito honrado de ser prefeito e devolver um pouco de tudo que esse lugar me deu”, disse.
Segundo dados históricos, entre 1885 e 1886, na Colônia Particular Sertorina, que ficava em parte dentro do atual território farroupilhense, entre Linha Palmeiro, em Bento Gonçalves, e a 1ª e 2ª Léguas, em Caxias do Sul, Luis Antônio Feijó Junior, dono das terras, instalou uma comunidade habitada por imigrantes italianos trentinos e trevisanos. A localidade, que distava 8 km ao norte de Nova Milano, onde atualmente é o Bairro Nova Vicenza, tomou o nome de Linha Vicenza, e posteriormente, de Nova Vicenza.
Os primeiros moradores de Nova Vicenza teriam sido imigrantes italianos vicentinos já assentados na Colônia Conde D’Eu, atual Garibaldi. Sentindo as potencialidades de desenvolvimento da nova comunidade, esses imigrantes venderam o que possuíam e instalaram-se na nova área. Como a mesma distava muito de Caxias do Sul e da Colônia Dona Isabel, atual Bento Gonçalves, tiveram de criar condições de sobrevivência, surgindo os primeiros artesãos, a casa de comércio, a igreja e o ferreiro, além de desenvolverem fortemente a agricultura.
Hoje a cidade destaca-se em frentes como a indústria, o setor malheiro, como a maior produtora de uva moscato do Brasil e no turismo religioso, com a Romaria de Nossa Senhora de Caravaggio, que está entre as maiores do sul do país. Pedrozo destacou que isso deve-se a localização de Farroupilha, central em meio as demais da Serra Gaúcha, e tendo uma das principais ligações com a região de Porto Alegre, pela ERS-122, que faz com que o desenvolvimento passe pela cidade que soube aproveitar isso e se desenvolver.
Pedrozo desejou vida longa para quem dá o sustento. Ele disse que Farroupilha é mãe, é nona, e que cuida de seus filhos. Na sua mensagem para a cidade, ele relembrou que com 86 anos, a cidade ainda é jovem.
“Quero dizer que 86 anos é uma boa idade, mas que Farroupilha ainda é jovem. Para um município isso é um bebê, nós temos muita coisa para fazer ainda. Se compararmos com a Europa, com a velha Itália, que vem antes de Jesus Cristo, sendo uma civilização milenar, a nossa cidade, com 86 anos, ainda é muito jovem, tem muito para crescer e muito para melhorar. Quem cuida da cidade, cuida de um pouquinho, e juntos cuidamos do todo. Parabéns, Farroupilha, parabéns pelo 86 anos de muita vida de uma dos dos lugar mais bonitos e acolhedores do mundo”, disse.