De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil registrou deflação para as famílias de renda muito baixa em julho. Conforme o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, a deflação par ao grupo foi de 0,28%, enquanto as famílias de renda alta tiveram alta inflacionária de 0,50%.
O resultado de julho contribui para que as famílias de renda muito baixa possuam a menor taxa de inflação no Brasil no acumulado de 2023: 2,2%. Por outro lado, os domicílios de renda alta possuem a maior: 3,5%.
Em julho, as principais quedas de preços registradas foram cereais (-2,2%), carnes (-2,1%), aves e ovos (-1,9%) e leites e derivados (-0,89%). Foi exatamente a redução mais sensível em itens básicos de alimentação o que contribuiu para que as famílias de renda mais baixa apresentassem deflação. Os grupos de menor poder aquisitivo também se beneficiaram do recuo de 3,7% das tarifas de energia elétrica.
A maior contribuição inflacionária, por outro lado, vem dos transportes, com o aumento de 4,8% no preço da gasolina. Da mesma forma, contribuíram para que as famílias de renda mais alta sofressem mais com a inflação a crescente no preço de itens como passagens aéreas (4,8%), planos de saúde (0,78%) e serviços de recreação (0,51%).
Por fim, o levantamento do Ipea aponta que, nos dados acumulados dos últimos 12 meses, todas as classes de renda registraram aceleração nas curvas inflacionárias. A menor taxa de variação está nas famílias de renda muito baixa (3,4%), e a mais elevada no segmento de renda alta (5,1%).