Na tarde desta terça-feira (16), Rosmari de Fátima Dal Bó, proprietária da Casa Dal Bó, emitiu uma nota à imprensa, referente aos acontecimentos envolvendo a demolição do prédio histórico. A polêmica teve início no último domingo (13), quando ativistas iniciaram um movimento para defender a manutenção da construção, que é patrimônio histórico de Garibaldi.
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Confira a nota na íntegra:
“À IMPRENSA
Venho, por meio desta, na condição de proprietária do imóvel conhecido como “Casa Dal Bó”, localizado na Rua Júlio de Castilhos nº 118, em Garibaldi – RS, manifestar-me sobre os últimos acontecimentos envolvendo a demolição do prédio.
Inicialmente, importante aclarar, que a decisão de demolir o prédio está baseada em laudo técnico elaborado por Perito Judicial nos autos dos processos nºs 051/1.16.0002170-9 e 051/1.16.0001005-7, que serviu de esteio para a r. sentença prolatada naqueles processos, no qual o Douto Magistrado afirma que: “O laudo ainda refere como impossível a mera restauração, pois a reforma, no caso, não é opção segura, já que o imóvel oferece risco de desabamento, sendo necessárias a demolição e a reconstrução das duas edificações”.
Veja-se que, sendo inconteste que a única solução é a demolição do prédio, por absoluta impossibilidade de um restauro seguro e eficaz, a indenização fixada e paga pelo Município considerou a perda total da construção e a necessidade de reconstrução. Em nenhum momento a indenização que recebi se destina a “restauração” do prédio. Assim, lamento que o movimento realizado contra a demolição tenha sido baseado em meras suposições, sem atentar para a decisão judicial transitada em julgado e para o laudo existente no processo judicial, que justificaram inclusive a expedição de Alvará por parte da Municipalidade autorizando a demolição.
Informo ainda, que por decisão judicial prolatada na data de hoje (terça-feira, dia 15), restaram suspensos todos os trabalhos de desmanche no imóvel, sendo que nos próximos dias será realizada a defesa e os necessários esclarecimentos nos autos do processo movido pelo Ministério Público, onde se buscará os esclarecimentos dos fatos, a verdade e a reversão da r. decisão.
Por fim, gostaria de compartilhar com a comunidade que desmanchar a minha casa, a casa histórica de meus antepassados indubitavelmente dói muito mais em mim e na minha família do que em qualquer pessoa que somente tem contato visual com o imóvel, mas a decisão é a única opção que possuo baseada em conhecimentos técnicos daqueles que elaboraram laudos após apurada verificação in loco dos danos causados as estruturas e fundações.”
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Em 2004, uma obra pública realizada nas imediações da Rua Dante Grossi danificou seriamente a estrutura do prédio. Na época, a administração pública utilizou dinamites para o rompimento de pedras do solo em uma obra de saneamento. Com a força da explosão, prédios do entorno sofreram avarias. Também, no ano de 2013, obras realizadas na Rua Júlio de Castilhos agravaram ainda mais as avarias anteriores existentes no mesmo imóvel, e causaram outras.
Após um processo que durou 17 anos, a família Dal Bó foi ressarcida com o pagamento do valor de R$ 2.872.749,46. O valor é devido a condenação do município de Garibaldi por danos morais e materiais/emergentes e multa.
Confira fotos dos danos:
A casa Dal Bó
O prédio foi construído em 1895 e é a segunda edificação em alvenaria do município. O local já serviu como escola e já abrigou as irmãs de São José de Chambéry, vindas da França. O local também serviu como farmácia e hospital. Após, foi comprado por Vicente Dal Bó, que foi prefeito do município entre 1935 e 1949, abrigando a Prefeitura Municipal, delegacia e cadeia, até 1939.
Imagens: Felipe Vicari/Grupo RSCOM
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