A dificuldade na cobertura das escalas médicas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Caxias do Sul foi tema de entrevista com a secretária municipal da Saúde, Daniele Meneguzzi, no programa Bom dia Trabalhador, da Rádio Viva, nesta terça-feira (22). A falta de profissionais nas unidades, consequentemente, sobrecarrega as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Casos de gripe, Covid-19 e dengue têm elevado a procura pelo serviço nos últimos meses. A perspectiva é de que o quadro se agrave com a chegada dos meses mais frios do ano. Além do reforço das equipes nas UPAs, a contratação emergencial de profissionais e a implantação do atendimento por telemedicina foram apontados por Daniele como medidas a serem adotadas pela administração.
A secretária observou que o SUS não tem mais sido atrativo para os médicos, que acabam ficando por um curto período de tempo no serviço público. O cenário faz com que, constantemente, sejam feitas reposições de profissionais. Atualmente, o SUS caxiense conta com 176 médicos atendendo nas unidades de saúde do município, resultando em um déficit de dez profissionais, segundo Daniele.
Outro problema apontado pela secretária é a falta de profissionais para substituir médicos afastados sendo que, como servidores municipais, têm direitos trabalhistas como férias, licenças e folgas. Como exemplo, Daniele citou uma UBS do município com três profissionais, onde duas foram afastadas por licença-maternidade e a terceira quebrou o ombro. “Precisamos pegar médicos de outras UBSs para temporariamente fazer essa cobertura. O problema é que o cobertor é curto“, ilustrou Daniele.
Horas médicas – Para amenizar o problema, a secretária de Saúde apontou o decreto de Situação de Emergência em função da dengue, com a contratação emergencial de profissionais para cobertura de escalas. Ela também aguarda a aprovação do projeto de lei que tramita na Câmara de Vereadores para iniciar o processo de contratação de horas médicas terceirizadas. Com isso, será possível, em poucas semanas, obter a reposição completa do quadro de médicos. Em caso de necessidade, a reposição pode ser imediata.
“Inclusive, contratualmente, nós vamos delimitar. Faltou médico na UBS, a empresa vai ter quatro horas para colocar médico lá pra gente. Então, isso nós teremos resolvido com bastante brevidade, logo após aprovação do projeto por parte da nossa Casa Legislativa“, afirmou Daniele Meneguzzi.
Telemedicina – Além disso, em paralelo a administração municipal deve lançar, em maio, licitação para implantação do serviço de telemedicina. A ideia do Executivo é atender o grande volume de consultas eletivas e de troca de receitas, por exemplo, através do serviço, liberando os médicos para o atendimento mais direto das necessidades da população. Para tanto, deverá ocorrer a contratação de profissionais especificamente para o serviço. A estimativa é que o sistema possa ser implantado até o final do semestre, após período de testes.