Um exoesqueleto de última geração será utilizado pelo SUS de São Paulo a partir de agora. O equipamento permite que pacientes com deficiências motoras severas andem, agachem, se movam para os lados e até subam degraus.
Adquiridos por US$ 200 mil (aproximadamente R$ 1 milhão), os dois aparelhos chegarão até o fim deste mês e serão administrados pela Secretaria de Saúde do estado.
O exoequeleto ficou conhecido depois que a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), tetraplégica após um acidente de carro, testou o aparelho durante viagem aos Estados Unidos, em abril.
Exoesqueleto
Os testes com o aparelho foram possíveis por causa de um acordo entre o governo de São Paulo, a Rede Lucy Montoro, a startup francesa Wandercraft e o Centro Paralímpico Brasileiro para pesquisa científica e tecnológica.
Com a parceria, serão desenvolvidos estudos e avaliações do uso de exoesqueletos para auxiliar a movimentação de pacientes em reabilitação.
O equipamento conta com um sistema que controla o centro de gravidade do usuário para oferecer mais equilíbrio e pode ser programado de acordo com objetivos como sentar, levantar, andar de frente, de costas e de lado, além de subir e descer degraus.
Defensora do exoesqueleto e com a experiência de quem testou o aparelho, a senadora Mara Gabrilli comemorou a iniciativa: “Estou muito feliz e grata pelo empenho de todos nesta parceria que vai mudar a vida de muita gente!”.
Depoimento
Nas redes sociais, Mara Gabrilli divulgou a iniciativa. “Agora nós vamos poder trazer para o Brasil o equipamento para que outras pessoas possam sentir a emoção que eu tive e poder participar”, afirmou.
Segundo a senadora, a “experiência de andar” muda a vida de quem tem a mobilidade reduzida. “É uma transformação extraordinária a marcha”, disse.
Mara Gabrilli foi à Assembleia Legislativa de São Paulo contar sobre a experiência dela. Também mencionou o esforço para conseguir ter uma cadeira de rodas.
Expectativas
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, faz planos para aumentar o número de aparelhos e coloca-los à disposição dos usuários do SUS no estado.
“São pesquisas e iniciativas que vão trazer a qualidade de vida de volta para muitas pessoas. Imagine, a pessoa vai vir para cá para ter a experiência de caminhar novamente”, disse.
Segundo ele, o que se deseja é que as pessoas, a partir do uso do exoesqueleto recuperem além da condição de se movimentar, também melhorem a autoestima.
“[A pessoa que tiver acesso ao exoesqueleto] vai sair daqui uma pessoa diferente, em um ambiente onde ela está sendo acolhida. E isso não tem preço”, afirmou o governador.