O ex-produtor de cinema Harvey Weinstein, 67, foi condenado, nesta quarta-feira (11), a 23 anos de prisão por abuso sexual e estupro, seguidos de cinco anos de supervisão fora das grades. O julgamento aconteceu na cidade de Nova York. Weinstein chegou à audiência de cadeira de rodas e algemado. Sete mulheres que testemunharam contra ele também estavam presentes.
Contrariando o que era esperado, o ex-produtor se manifestou na Corte e afirmou, em referência às mulheres que o acusam, que teve “momentos maravilhosos com essas pessoas”. “Há tanta gente, milhares de pessoas, que diriam coisas ótimas sobre mim”, acrescentou, segundo a âncora da CBS Alice Gainer.
Nesta terça ainda vieram à tona documentos do processo que atestam que Weinstein disse que Jennifer Aniston “deveria ser morta”, depois de descobrir que uma revista planejava publicar que ele havia assediado a atriz. Os papéis mostram também que ele mantinha uma lista de pessoas que poderiam falar com jornalistas sobre seu comportamento —como o ator Ben Affleck— e que abordou poderosos do mundo corporativo em busca de ajuda —como Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, Ted Sarandos, diretor de conteúdo da Netflix, Jeff Bezos, dono da Amazon, e Tim Cook, presidente-executivo da Apple.
Dois desses casos tiveram como consequência a sentença que Weinstein recebeu nesta quarta —o de Jessica Mann, que o acusou de estuprá-la num hotel em 2013, e o de Miriam Haley, que o denunciou por ter praticado sexo oral nela à força em 2006. Weinstein ainda enfrenta acusações semelhantes em Los Angeles. Horas após a declaração da sentença em Nova York, promotores de Justiça afirmaram que o ex-produtor deverá ir à cidade californiana para enfrentar as outras alegações. Não há data para que isso ocorra.