Caxias do Sul

Ex-prefeito de Pelotas defende privatizações como solução para a crise do RS

(Foto: Vitória Gobbi/Grupo RSCOM)
(Foto: Vitória Gobbi/Grupo RSCOM)

O ex-prefeito de Pelotas e provável candidato do PSDB ao governo do estado nas eleições de 2018, Eduardo Leite, defendeu que a gestão pública deve voltar atenções para a diminuição do estado. Nesta segunda-feira, dia 2, Leite cumpriu agenda na Serra Gaúcha e falou sobre as perspectivas políticas a empresários na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços. Pela manhã, ele se encontrou com o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin (PP).

Eduardo Leite cumpriu agenda na Serra Gaúcha nesta segunda-feira (Foto: Vitória Gobbi)

Entre as principais ideias do tucano apresentadas na CIC estão a implantação da meritocracia no serviço público, além da utilização da tecnologia e de um planejamento estratégico para otimizar a gestão do setor. Para isso, Eduardo Leite acredita que é preciso enxugar a máquina pública. O ex-prefeito de Pelotas defende, inclusive, que se discuta a privatização do Banrisul, apesar do banco render lucros aos cofres do governo.

“O Banrisul é um banco que não oferece neste momento ao estado problemas, mas no horizonte deverá ser discutido sobre a conveniência de manter-se um banco público. Mas a gente tem que viabilizar a privatização de outros setores que estão significando não só o prejuízo de foco de atuação, mas prejuízo financeiro”, afirma.

O pré-candidato a governador também comentou o plano de recuperação fiscal e de renegociação da dívida com o Governo Federal, que deve ser entregue nos próximos dias pelo governo de José Ivo Sartori. No plano de Sartori, a CEEE, Sulgás e a Companhia Riograndense de mineração devem ser entregues à iniciativa privada ou federalizadas. Para Eduardo Leite, é preciso aproveitar essa oportunidade para retomar o crescimento econômico no estado.

“Mesmo com o plano de recuperação fiscal o estado ainda vai operar no vermelho. É importante que se faça o processo de recuperação na renegociação da dívida com o governo, mas mais importante é podermos aproveitar esse momento para que se reestruture as contas com processos de concessão e privatização para que se possa aumentar a capacidade de arrecadação e investimentos para que no momento em que a dívida volte a ser paga o estado tenha uma outra situação fiscal e de dinâmica para que possa honrar esses compromissos”, argumenta.

Eduardo Leite é o nome mais forte para concorrer a governador em uma possível aliança entre PSDB e PP nas eleições de 2018. O tucano admite que já foi procurado por lideranças do próprio PSDB e de outros partidos, mas diz que o momento é de construção de um plano de governo. O nome dele deve ser referendado somente no ano que vem.

“Se acharem que o meu nome é o melhor para liderar o projeto, estou à disposição. Eu imagino que até março do ano que vem [vai ocorrer a definição], quando os partidos vão começar a se preparar para as convenções que vão acontecer em julho”, finaliza.

Com alto índice de aprovação em Pelotas, Eduardo Leite não concorreu à reeleição como prefeito, mas conseguiu eleger a sua candidata, Paula Mascarenhas (PSDB), com 59,86% nas eleições do ano passado.

Recentemente, Leite entrou na mira do Ministério Público, que abriu uma investigação para apurar se o ex-prefeito favoreceu a Comunitas, organização da sociedade civil sediada em São Paulo, que prestou consultoria à cidade de Pelotas durante o seu governo. A acusação, do vereador Marcus Cunha (PDT), é de que Eduardo Leite realizou a contratação da empresa sem licitação.