Faltando praticamente duas semanas para a 33ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, afirmou que realizar esta edição do evento, de 14 a 16 de fevereiro, na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, é um grande desafio. Isso porque, além de o encontro ter atingido um alto nível técnico, apresentará um orizicultor multissafras. “Nos últimos dois anos, o custo de produção do arroz teve um aumento médio de 60%, o que nos leva a um caminho sem volta para uma intensificação cada vez maior do sistema de produção. E quero salientar que, junto com o milho, há uma presença cada vez maior da pecuária”, ressaltou o dirigente, ontem, durante apresentação à imprensa.
A expectativa da Federarroz é receber 10 mil pessoas e mais de 30 caravanas de produtores durante os três dias de programação. Estarão presentes 130 expositores, sendo 34 só nas vitrines tecnológicas. “Essa é a maior abertura de grãos de todo o Brasil. Isso nos orgulha, e não seria possível sem todas as entidades, universidades e prefeituras, que unem forças para deixar esse evento cada vez melhor”, destacou.
O início oficial da colheita da safra de arroz 2022/2023 está previsto para o dia 15 de fevereiro. A cerimônia, que contará com produtores, lideranças setoriais e autoridades, demonstrará, segundo Velho, o protagonismo gaúcho. “Juntamente, está a responsabilidade grande de continuar defendendo um setor tão importante, que representa muito na economia de mais de 200 das 497 cidades que temos no Estado”, pontuou Velho.
Os primeiros resultados da integração produtiva entre o arroz, o milho e a soja nas Terras Baixas do RS estarão na pauta do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), disse o presidente do instituto, Rodrigo Machado. “Estamos transformando o produtor de arroz”, comentou. A projeção aos resultados do ciclo 2022/2023 deve ser apresentada no primeiro dia do evento (14), a partir das 8h.
À equipe do Serviço de Aprendizagem Rural no Rio Grande do Sul (Senar-RS), co-realizador do encontro, caberá conduzir os trabalhos no auditório Frederico Costa. No local, devem ocorrer várias discussões, envolvendo desde políticas ao setor até economia e mercado. “A orizicultura precisa ser associada à exploração de outras culturas para que possa obter os melhores resultados possíveis”, destacou o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli. Não à toa, a instituição aproveitará o evento para inaugurar o ciclo 2023 do Programa Duas Safras.
O chefe-geral da Embrapa Clima Temperado e da Estação Experimental Terras Baixas, também co-realizadora da abertura da colheita, Roberto Pedroso, lembrou que a unidade sedia o evento pelo quinto ano consecutivo. “Teremos um estande de 200 metros quadrados, com vinte vitrines tecnológicas para expor o trabalho dos pesquisadores”, explicou. A empresa de pesquisa também contará com apoio de outras unidades do país, que trarão tecnologias voltadas à gestão e à rotação de culturas. “A Embrapa, que completa e comemora 50 anos em 2023, pretende lançar cinco cultivares e promover 14 palestras técnicas nos três dias do evento”, confirmou Pedroso.
Fonte: Correio do Povo