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EUA cria sobretaxas para importações de aço e de alumínio e afeta o Brasil

Donald Trump, assinou a aplicaçâo de tarifas de 25% para as importações de aço e 10% para as de alumínio (Foto: arquivo)
Donald Trump, assinou a aplicaçâo de tarifas de 25% para as importações de aço e 10% para as de alumínio (Foto: arquivo)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira, dia 8, a aplicação de tarifas de 25% para as importações de aço e 10% para as de alumínio. Por enquanto, México e Canadá, integrantes do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) ficam isentos das alíquotas, mas Trump deixou espaço para outras negociações.

Donald Trump, assinou a aplicaçâo de tarifas de 25% para as importações de aço e 10% para as de alumínio (Foto: arquivo)

A medida dos Estados Unidos pretende diminuir o déficit comercial do país, de US$ 800 bilhões, de acordo com Trump, dos quais US$ 500 bilhões só com a China, e preocupam outros países, que prometeram reagir. É o caso do Brasil, que é o segundo maior exportador de aço para os EUA, atrás somente do Canadá, que não será atingido pela medida que passa a vigorar no dia 23 deste mês.

Em nota oficial, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) informou que o governo brasileiro espera chegar a um acordo com os Estados Unidos para evitar a aplicação das tarifas, mas caso isso não seja possível, o Brasil pode questionar a elevação das tarifas em foros globais.

“O governo brasileiro não descarta eventuais ações complementares, no âmbito multilateral e bilateral, para preservar seus interesses nesse caso concreto”, diz a nota.

O anúncio de Trump foi mal recebido pelas entidades ligadas ao setor. De acordo com as estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as medidas vão afetar US$ 3 bilhões em exportações brasileiras de ferro e aço e US$ 144 milhões em exportações de alumínio.

A CNI classificou a sobretaxa de “injustificada e ilegal”, e disse que o governo americano impõe medidas de forma unilateral sem respeitar as regras de investigação para a adoção de medidas de defesa comercial, discrimina o produto estrangeiro e amplia a tributação da importação acima do que a Organização Mundial do Comércio (OMC) estabelece.

Há mais de uma década, o país ocupa a segunda posição na venda de aço para os EUA. Desde 2011, as importações cresceram de 2,8 milhões de toneladas para 4,7 milhões em 2017, um crescimento de 66%. As vendas para o país representam um terço das exportações brasileiras do produto.

Em sua maioria, a exportação do aço brasileiro é composta de semiacabados, produto que é adquirido para ser reprocessado pela indústria siderúrgica americana. Por isso, Instituto Aço Brasil acredita que a nova alíquota, considerada como um “bloqueio das exportações brasileiras”, vai causar danos ao Brasil e também para as empresas americanas, “que não têm autossuficiência no seu abastecimento”.