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Estudo detalha quem são e como vivem indígenas e quilombolas no Rio Grande do Sul

A publicação apresenta um panorama detalhado de perfil populacional, escolaridade e condições de moradia, com recortes por sexo, idade, território e tipo de domicílio

(Reprodução)
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Rio Grande do Sul - O governo do Estado divulgou, nesta terça-feira (7), um novo volume da série Cadernos RS no Censo 2022, com dados sobre as populações indígena e quilombola do Rio Grande do Sul. O estudo foi elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), a partir das informações do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A publicação apresenta um panorama detalhado de perfil populacional, escolaridade e condições de moradia, com recortes por sexo, idade, território e tipo de domicílio. O material foi desenvolvido pelos pesquisadores Ricardo César Gadelha de Oliveira Júnior e Mariana Lisboa Pessoa, da Divisão de Análise de Políticas Sociais do DEE/SPGG.

Populações Indígenas e Quilombolas no RS

Em 2022, o Rio Grande do Sul registrou 36.102 indígenas, sendo 50,4% mulheres e 60% vivendo em áreas rurais. O índice de envelhecimento — número de idosos para cada 100 jovens de até 15 anos — foi de 39,3%, acima da média nacional (35,6%).

A taxa de alfabetização dos indígenas gaúchos foi de 89%, superando a média brasileira (85%). Entre os jovens de 15 a 17 anos, o índice chegou a 97,2%, enquanto entre idosos com 75 anos ou mais caiu para 52,8%.

Quanto às condições de moradia, 98,6% viviam em domicílios particulares permanentes. Em terras indígenas, 65,5% tinham abastecimento adequado de água, mas apenas 7,5% contavam com esgotamento sanitário. A coleta de lixo alcançava 38% dos domicílios nesses territórios.

Quilombolas no Rio Grande do Sul

O levantamento também identificou 17.552 pessoas quilombolas no Estado, sendo 50,7% mulheres e 56,6% residentes em áreas rurais. Cerca de 15% viviam em territórios oficialmente reconhecidos.

O índice de envelhecimento entre os quilombolas gaúchos foi de 82,7%, bem acima da média nacional (55%). A idade mediana foi de 35 anos.

A taxa de alfabetização dessa população chegou a 90,3%, também superior à média do país (81%). Entre jovens de 15 a 17 anos, o índice alcançou 97%, enquanto entre os idosos de 75 anos ou mais foi de 48,3%.

Em relação à moradia, 99,6% viviam em domicílios particulares permanentes. Nos territórios quilombolas, 61,3% tinham abastecimento adequado de água e 19,4% contavam com rede geral ou fossa ligada à rede. Fora dos territórios, 30,8% possuíam rede geral e 32,1% utilizavam fossas sépticas.

Os Cadernos RS no Censo 2022 – Indígenas e Quilombolas estão disponíveis no site do Departamento de Economia e Estatística (DEE) ou no link em azul.