Estiagem provoca baixa de quase 40% nos níveis das represas em Caxias do Sul

O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) registrou, desde o dia 25 de janeiro até o início desta semana, cerca de 413 denúncias por conta de uso indevido da água, conforme decreto nº 21.905. Em termos de estiagem, a preocupação é grande, tendo em vista que a barragem do Complexo Dal Bó, localizado no bairro Fátima, em Caxias do Sul, apresenta queda de 36,93%.

De acordo com o diretor-presidente do Samae, Gilberto Meletti, a maior incidência de denúncias refere-se à lavagem de calçadas, carros e prédios. “Este decreto veio em questão de nossas barragens estarem diminuindo. Nós temos o conhecimento que estamos passando por um processo de La Niña e isto faz que não tenhamos um índice programado satisfatório para atender as necessidades de atendimento para nossa comunidade. Lá no dia 25 de janeiro, nós prevíamos um decreto de uso racional de água. É muito mais pedagógico e educativo do que qualquer outra coisa. Porém, quando temos a informação que alguém não esteja cumprindo com este decreto, a gente notifica, posteriormente, se tivermos a oportunidade, um auto de infração e, realmente tivemos esta consciência, e, estávamos certos, pois o La Ninã continua e as chuvas não vem de forma que abasteça nossas represas” destacou Meletti.

Os bairros que concentram o maior número de casos são Centro, Pio X, Santa Corona, Esplanada, Planalto, São Pelegrino, Charqueadas, Cruzeiro, Jardim América e Bela Vista. Até o momento, não houve nenhum auto de infração lavrado. O documento proíbe o uso de água tratada para lavar calçadas ou passeios públicos de áreas residenciais, comerciais ou industriais, além de veículos. A prática de irrigar plantas e jardins também deve ser evitada, bem como encher piscinas. O Samae orienta que, para esses serviços, seja utilizado água de fontes alternativas e reuso.

Os moradores que forem flagrados ou denunciados por outros tipos de uso que caracterizam o desperdício também poderão ser autuados. Na primeira infração, o usuário será alertado e orientado. Em caso de reincidência, será aplicada uma multa no valor correspondente a 10 tarifas mínimas de água de cada categoria.

Gilberto destaca que caso as barragens continuem baixando, há risco de racionamento de água. “Isto realmente nos preocupa. O próximo caminho, se continuar desta forma, claro, vamos ter que fazer o racionamento. Por esta razão, insistimos que as pessoas tenham esta consciência e usem, de uma forma racional, que mesmo para o consumo humano, a gente procure gastar o mínimo possível” ressaltou o diretor-presidente.