A região da Serra Gaúcha passou da bandeira laranja para a vermelha no último sábado (13). O novo modelo de Distanciamento Controlado passa a valer nesta segunda-feira (15), com validade até o dia 21 de junho – com exceção das regiões em bandeira vermelha, que permanecem com essa classificação pelas próximas duas semanas.
Desde a divulgação do novo modelo, as autoridades municipais da região declararam sua insatisfação com a decisão do governo do Estado.
Em entrevista concedida ao Jornal da Manhã da Jovem Pan Serra Gaúcha nesta segunda-feira (15), o prefeito do município de Cotiporã e presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), José Carlos Breda, afirmou que a região está em uma situação favorável, e que prefeitos e empresários ficaram perplexos com a decisão do Estado.
“Estamos perplexos com a forma como o governador alterou para a bandeira vermelha na nossa região, tendo em vista que a situação nunca esteve tão favorável. Em termos de ocupação de leitos de UTI, nós estamos com taxas em torno de 75% , quando estávamos sempre em torno de 100% ocupados”, relata.
O prefeito ainda declarou que em nenhum momento o governo do RS solicitou a ajuda dos municípios e que eles só foram informados sobre a mudança para bandeira vermelha junto com a população na noite de sábado.
“Sequer o governador do Estado perguntou aos municípios se eles estão dispostos a ajudar. Os municípios estão dispostos, inclusive estão adquirindo leitos para fazer frente a essa situação. Nós temos, prestes a serem habilitados nesta semana, 26 leitos na região, inclusive 3 pagos pela prefeitura de Bento Gonçalves, para colocar à disposição, e nada disso foi considerado”, afirma. “Nós ficamos sabendo [da troca de bandeira] junto com vocês no sábado à noite. Não houve sinalização, nem uma conversa.”
Os prefeitos e empresários da Serra Gaúcha solicitaram audiência com o governador Eduardo Leite, onde será discutida a possibilidade de reverter a situação e retornar para a bandeira laranja.
“Nós entramos em contato com o presidente da assembleia, que participou da reunião ontem à noite, pedimos uma audiência com o governador, hoje ainda se possível, com os prefeitos e empresários, para reverter a situação, para ele reconsiderar a decisão de manter a bandeira vermelha e voltar para a bandeira laranja”, relata o presidente da Amesne. “Nós vamos trabalhar muito firme para reverter a situação, não aceitamos. Nós vamos respeitar por uma questão de hierarquia, mas não é possível aceitar isso da forma que foi feito”.
Durante a situação de bandeira vermelha, lojas de rua e em shoppings devem ficar fechadas, assim como academias. Farmácias e mercados podem abrir com 50% do quadro de funcionários, assim como bancos e lotéricas. Padarias, restaurantes de prato feito e para retirada ou tele-entrega podem trabalhar com 50% do efetivo, já serviços exclusivos de buffet, devem estar fechados.
Abaixo, confira todo o protocolo e alterações: