Opinião

Esta cadeira de rodas é um perigo

Esta cadeira de rodas é um perigo


Tem uma nova figura circulando nas ruas de Bento Gonçalves. Deve fazer mais ou menos um ano que ele está entre nós. Surgiu do nada nem sei qual é o mal que o aflige. Sei que corro o risco de ser taxado de eugenista, de politicamente incorreto, mas a figura me cheira a encrenca. Ele se esgueira entre os carros e desliza – quase voa – com sua cadeira de rodas. Normalmente empurra ela com um pé e de ré.

Pois ele começou a fazer seu ponto de pedinte aqui na frente de casa, na Júlio, praça Vico Barbieri. E um amigo chamou a atenção para algo que eu já havia constatado. O risco de acidente é grande.

O assunto foi partilhado num grupo de whatsapp, depois numa roda de amigos e as histórias e reclamações não são poucas. O cara se atravessa, corta a frente, se joga mesmo A impressão que passa é que a qualquer momento será abalroado por um incauto. E aí o pepino será do motorista. A impressão que me passa é que busca isto mesmo.

O que desejo saber e tenho quase certeza sobre a resposta, é se o código de trânsito prevê o tráfego de cadeira de rodas entre veículos, não né? Então, por onde andam as autoridades do trânsito? O cara pode muito bem ficar ao lado da sinaleira e pedir a esmola. Atravessar de um lado para o outro com o sinal fechado. Mas o que ele faz é de arrepiar. Assusta e põe em risco a si e aos outros. Alguém precisa tomar uma atitude. Ah, e ele não fica só ali na Vico, anda na Cidade Alta, no corredor gastronômico e em outros pontos, quase sempre se atravessando na frente dos veículos em movimento.

Outra questão: o interior de Bento, Monte Belo e Santa Tereza estão sob tensão. Faz dez dias já que um carro forte foi assaltado e o cerco das polícias continua. Há revista nos carros dos transeuntes e há quem não entenda isso como uma rotina para a sua proteção, Reclama da arma apontada e de ter que parar  para a revista em seu carro, como se a atitude fosse contra o motorista, contra o trabalhador. Não é assim. A polícia sabe que o bandido pode ter uma arma apontada para o motorista e a revista dos veículos é para a sua proteção.

Mais um aspecto neste contexto: na noite de terça alguns vizinhos juram ter ouvido tiros e teriam visto um dos marginais foragidos saindo do mato e digladiando com a polícia. Mensagens de vozes pelo whats se espalharam rapidamente.  Não havia nada. Puro imaginário. Denota o estado de ânimo, os nervos à flor da pele. Porque, efetivamente, todos temem que ao sair para ordenhar uma vaca, recolher ovos ou colher uvas, possam se deparar com um destes fugitivos. O medo está no ar.