Comportamento

Especialistas mantêm o monitoramento da gripe aviária no Rio Grande do Sul

Técnicos já recolheram mais de 80 animais mortos ou moribundos

Especialistas mantêm o monitoramento da gripe aviária no Rio Grande do Sul
Foto: Divulgação Seapi


Integrantes do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) se reuniram com técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) para alinhar informações atualizadas sobre a situação na Estação Ecológica do Taim. A unidade de conservação ambiental apresenta alta mortalidade de cisnes-de-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus) por gripe aviária.

“A Lagoa Mangueira [dentro do parque] tem mais de 100 quilômetros de extensão e dez de largura, com várias pequenas lagoas e pontos de difícil acesso”, detalhou o diretor adjunto do DDA, Francisco Lopes. “Drones e sobrevoos de helicóptero têm ajudado a ver melhor os juncais onde pode haver outros animais mortos.”

Em duas semanas, foram dois sobrevoos de helicóptero. Quatro drones estão sendo utilizados diariamente para monitorar toda a costa da Lagoa Mangueira e grandes espelhos d’água da região. O Serviço Veterinário Oficial já avistou 16.482 aves durante o período.

Desde o primeiro momento, em que 36 cisnes foram encontrados mortos, as equipes de vigilância têm recolhido números reduzidos de aves mortas ou moribundas – a estatística varia em torno de um a seis exemplares por dia. Lopes acrescenta: “Acreditamos que o achado inicial era de aves mortas acumuladas, pois estavam em diferentes estágios de decomposição”.

Já foram recolhidas até agora 81 aves mortas ou moribundas, sendo a grande maioria composta de cisnes-de-pescoço-preto (78), além de um tachã e duas caraúnas – uma das quais apresentou laudo negativo para influenza aviária (os demais resultados ainda não estavam prontos até a noite desta quinta-feira).

Logística

A Seapi vem adotando uma abordagem ampla na vigilância ativa, investigando um raio de d10quilômetros a partir do ponto onde as aves mortas foram achadas. “Pode ser considerado um zelo exagerado, mas preferimos pecar pelo excesso do que pela falta”, explicou a diretora do DDA, Rosane Collares.

Ao menos cinco equipes de servidores da Seapi atuaram em quadrantes do raio de 10 quilômetros, visitando as propriedades que constam no Sistema de Defesa Agropecuária da Secretaria como estabelecimentos de produção animal. Também foi realizada busca ativa de locais não cadastrados e que façam criações de aves para subsistência.

Foram realizadas 239 visitas às propriedades no entorno da Estação Ecológica do Taim, com identificação de uma suspeita em ave de subsistência, que apresentou resultado negativo para influenza aviária.

Um grupo de servidores da Seapi foi destacado exclusivamente para ações de educação sanitária junto a comunidade, escolas, entidades e sistema de saúde local. Foram conduzidas 306 ações desse tipo, atingindo 709 pessoas. Um grupo de servidores atuou diretamente nas áreas contaminadas de foco e no recolhimento de animais mortos, enquanto outra equipe ficou na coordenação geral.

O trabalho vem sendo realizado de forma integrada pela secretaria, Instituto Chico Mendes (ICMBio), Ministério da Agricultura e Pecuária e Patrulha Ambiental da Brigada Militar. Esta última emprestou embarcações e o helicóptero para as ações de vigilância e monitoramento.

*Com informações de O Sul