Há 55 anos a Escola Estadual de Ensino Médio Santa Catarina promove educação de qualidade e referência de ensino, sendo uma das mais tradicionais instituições em Caxias do Sul. Atualmente a escola recebe 1100 alunos divididos em três turnos e compreende turmas de 9º ano até 3ª Série do Ensino Médio.
Fundada em 01 de abril de 1968, a Escola Santa Catarina inicialmente abriu as portas onde hoje funciona a Escola São João Batista. Um ano depois, a instituição foi transferida para o prédio que se situa até hoje, na esquina da Matteo Gianella com a Av. Rossetti. Uma instituição de ensino que formou muitos profissionais renomados na cidade, incluindo médicos, políticos, professores, músicos e artistas. A primeira diretora da escola foi Iró Nabinger Chiaradia, que transformou o quesito educação e tornou o Santa Catarina em uma escola exemplar para a região de Caxias do Sul.
Hoje a escola compreende 1100 alunos, oriundos de diferentes regiões da cidade, para estudar de 9º Ano à 3ª Série do Ensino Médio.
Motivação em trabalhar em uma instituição de qualidade…
Atualmente a direção da escola conta com o trabalho de Flávia Schefelbanis Vaz, de 55 anos, natural de Santa Maria. Ela atua na direção por dois mandatos e iniciou sua carreira como monitora. Flávia conta sobre suas motivações para atuar na escola e o que mais lembra dessa trajetória marcante em sua vida. “O Santa Catarina é uma escola de referência, sempre foi e espero que continue sendo essa escola de referência, com qualidade, e é uma escola que realmente muda a vida das pessoas. Quando eu recebi o convite para a vice-direção eu me senti muito lisonjeada, pois eu pensei ‘nossa, uma escola da qualidade do Santa, vai ser um prazer enorme’ e deu muita expectativa. Realmente a gente batalha para sempre fazer o melhor, sempre ter novidades na questão de educação, e sempre tentando manter essa qualidade e elevar”.
Como fato mais marcante, a diretora ressalta que seus filhos passaram pela escola, e hoje, o terceiro filho está concluindo o Ensino Médio, e isso é algo que marca sua vida, além de ter sido um importante marco para sua experiência como educadora. “Meus dois filhos já estudaram aqui e o meu terceiro também estuda aqui. Quando eu vim para Caxias eu só ouvia falar no Santa Catarina e eu dizia ‘eu vou trabalhar no Santa Catarina’. Daí, cursei a faculdade, me formei e comecei a participar do CPM (Círculo de Pais e Mestres) do Conselho Escolar, para já ir conhecendo o ambiente.”
30 anos de história na secretaria da escola…
Foram muitos os professores, alunos e funcionários da escola nesses 55 anos de história. Quem se dedica por 30 anos na Escola Santa Catarina é a secretária Elenita Bressiani, de 53 anos, que não mede esforços para o trabalho. Ela, que chegou com 23 anos, mediante um concurso para secretária, hoje é a funcionária mais antiga da instituição, e relembra o que mudou da época de sua integração para o momento atual. “Inicialmente, tínhamos a máquina de escrever, na época a escola compreendia alunos de fundamental até a 8ª série, tínhamos que digitar tudo manualmente, ou seja, se tivéssemos digitado uma letra errada tinha que fazer tudo de novo. Tenho como exemplo a professora que trabalhava aqui que ela era impecável. Eu olho hoje em dia e penso se ela olhasse agora, pois com ela não podia ter uma pasta fora do lugar. Não que hoje em dia não façamos, mas são menos pessoas trabalhando, e agora saiu a máquina e tem o computador, facilitou bastante. Mas ao mesmo tempo que facilitou, diminuiu as pessoas”.
Aluna, professora, vice-diretora e diretora: “enquanto a educação ainda me emocionar, é porque eu estou no caminho certo”…
De aluna até diretora, essa é a história de Ione Brandalise Biazus, de 48 anos. Atua praticamente há 21 anos na escola que lhe formou. Ione passou por diversos setores, como aluna, professora, vice-diretora, diretora e atualmente ocupa o cargo financeiro da instituição. Ela fala sobre essa trajetória e demonstra sua satisfação e carinho pela escola Santa Catarina. “Devo muito para essa escola, pois me emociona, me vejo como aluna em muitos momentos. Lá atrás eu era uma adolescente, como esses que chegam aqui em uma escola grande, cheia de sonhos, perspectivas para o futuro. Encontrei professores excelentes, que me levaram a escolher a carreira como professora, e tenho um carinho muito grande por essa escola. Essa jornada foi muito legal, pois professores que foram meus naquela época, foram meus colegas de trabalho. Tive o prazer de trabalhar com professores que foram meus diretores, depois fui vice-diretora desses que foram meus diretores. Esses momentos nos fortalecem na educação. Comentei com uma colega minha ‘enquanto a educação ainda me emocionar, é porque eu estou no caminho certo'”.
Ione lembra também dos eventos que eram realizados na instituição em anos anteriores. “Lembrar desses momentos que passei como aluna, nossa, os eventos eram grandiosos aqui na cidade, tínhamos feiras de livro, gincanas, muitas feiras de ciências que lotava os andares da escola. Sempre foi uma escola que movimentava muito o jovem”.
Algo que para a educadora é um feito valioso para recordar as memórias da escola é o museu, criado com intuito de mostrar a história da instituição para as atuais e próximas gerações. “Quando eu entrei na direção, a tendência das direções novas era de reorganizar o espaço. A tendência é de que tudo que é antigo e velho ser colocado fora. Tive muito cuidado com isso pois cada máquina de escrever que eu encontrei pela escola eu usava nas aulas de mecanografia quando estudei aqui. Todo esse material foi levado para o depósito. Com o passar do tempo e recolhendo esse material, vi que tinha um museu ali. Era resgatar todas as memórias e guardar em um único local”.
Mensagens das educadoras para os alunos, pais, público em geral e futuras gerações da instituição
“As pessoas precisam pensar mais na educação efetivamente. Não só nós educadoras, mas os políticos com esse poder de mudar e nos ajudar, tem que ter algo, todos eles passaram por um banco escolar, todos os profissionais passaram pelo banco escolar. O mínimo é uma educação de qualidade, digna, que tu consiga trabalhar com dedicação e consiga fazer tudo bem feito, mas precisamos de ajuda. Tem que vir, não só as verbas, precisamos de gente, pessoas trabalhando”, destaca Flávia Schefelbanis.
Já Elenita Bressiani não consegue se ver em outra situação que não seja atuar como secretária do Santa Catarina. “Eu diria que o Santa Catarina é a minha segunda casa. Eu não imagino como seria não estar aqui. Para mim é como se fosse a extensão, é muito tempo, e em períodos se precisasse ir no médico eu iria só quando fosse possível. Minha prioridade sempre foi o trabalho, fiquei em segundo plano e sempre me dediquei ao trabalho”.
“Todas as instituições tem seus problemas, o Santa também tem, não é diferente de nenhuma outra, mas o importante é a soma de esforços. Quando a família está conosco tudo fica mais leve e se chega numa solução melhor. Que os pais entendam que eles são fundamentais, uma escola não se faz só com professor, direção, funcionário e aluno, ela se faz quando a família também olha para cá. Que ela venha fazer parte, que ela some esforço. Participem mais da escola, venham ver o que acontece”, finaliza Ione Biazus.
Fotos: Alice Corrêa/Grupo RSCOM