Após conquistar troféus em 2017, a equipe feminina adulta da Apahand/UCS/Farroupilha não vai disputar competições oficiais em 2018. No ano passado, a equipe participou da Liga Nacional e conquistou títulos importantes em nível estadual, como octacampeonato gaúcho e os Abertos de Campo Bom.
Um dos motivos que levou à decisão foi o aporte financeiro. De acordo com o técnico da equipe, Gabriel Citton, o objetivo foi cumprido na temporada passada, com um orçamento estimado em 400 mil reais. Mas par este ano, não foi possível conseguir o valor.
“O nosso orçamento ainda foi baixo perto das outras equipes da Liga Nacional. A vencedora investiu quase 1 milhão de reais. Mas é assim. No esporte de alto rendimento, o dinheiro realmente conta e neste ano não conseguimos patrocinadores desta envergadura”, lamenta Citton. Em sua participação na última edição da Liga Nacional de Handebol, a Apahand não conseguiu a classificação para a segunda fase.
O outro fator que motiva a mudança é a alteração no conceito da equipe. Segundo o treinador, o ano que está começando será com foco nas categorias de base, pensando no futuro do time e também da modalidade na Serra Gaúcha.
“Começamos os treinos com cerca de 60 meninas do mirim ao juvenil, e esperamos chegar em 150 meninas. Vamos focar nestas categorias com mais força, pensando em uma equipe profissional no futuro com atletas da própria cidade”, ressalta.
A Apahand/UCS/Farroupilha vai continuar com o patrocínio das empresas Grendene S/A e Marcopolo, além do apoio da Prefeitura de Farroupilha e da Lei do Incentivo ao Esporte, mas com valores diferentes e direcionados ao novo projeto.
Para Citton, a tradição da equipe é fator essencial para o que os setores público e privado continuem incentivando a modalidade. “Eles não deixaram de apoiar porque acreditam no projeto. A própria UCS acredita, porque o handebol da Universidade esta há 21 anos com um projeto forte e firme no handebol”, afirma. “De ano em ano, de ciclos em ciclos, a gente vai renovando. O handebol, como um todo, perde um pouco. Mas os frutos serão recolhidos lá na frente”, acredita Gabriel Citton.
Projeções para o Handebol Feminino
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Como o foco do ano será nas categorias de base do naipe feminino, a agenda de competição da equipe vai se estender. Além do campeonato estadual, os planos são participar da Copa Sul, Copa Mercosul, além de promover alguns torneios internacionais com equipes parceiras.
Citton acredita que o handebol feminino da Apahand é um dos maiores projetos do estado. Para ele, trazer o público feminino ao esporte é uma importante ferramenta social. “A gente fala em projeto esportivo e todo mundo pensa em futsal, futebol e para meninos. Mas trabalhar com meninas é bem desafiador. Ninguém da valor, mas é difícil conseguir tirar essas meninas de casa, ter a confiança dos pais. Isso vai fazer a diferença lá na frente, na sociedade”
Projetos Sociais
A ideia é também dar sequência à Clínica de Handebol na cidade de Farroupilha, que leva a modalidade para as escolas, além de parcerias com o governo do estado. O objetivo é expandir e fortalecer a modalidade na região, pensando na formação de atletas e no futuro financeiro do esporte.
O técnico Gabriel Citton acredita que o trabalho é de formiguinha, mas que os resultados virão. “Isso vai estar levando o nome da Apahand para mais longe e quem sabe, logo ali na frente, vamos estar consolidando um trabalho bem maior de handebol no estado”, conclui.
