Depois de um terceiro ano seguido de estiagem, os produtores de leite gaúchos se sentem esperançosos com a entrada do outono e a proximidade do inverno. Isto porque, as pastagens destas estações, recuperadas do sol do verão, poderão minimizar a alta de custos da produção. A safra de milho, bastante desgastada, não gerou silagem adequada para o gado, fazendo com que os produtores necessitassem de uma complementação para a alimentação do rebanho.
“Tivemos quantidade pouca e qualidade ruim na maioria das propriedades”, diz o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando). Marcos Tang afirma que a hora é de “tocar para frente” o que sobrou de produtores e rebanho, fazendo referência aos que desistiram da atividade rural em razão dos altos custos. “Tivemos, sem dúvidas, uma redução importante nos últimos anos no número de produtores de leite, no país e principalmente no Rio Grande do Sul”, complementa.
Tang diz, ainda, que o preço do leite já reagiu um pouco, com aumento de centavos, mas que entre março e abril e depois, de maio a agosto, é o período em que os produtores têm uma melhoria no preço recebido por litro produzido. “Costumeiramente são os meses de melhor remuneração ao produtor. Esperamos que realmente isso se confirme para o produtor poder pagar suas contas porque ele teve que fazer muitas contas extras devido às condições climáticas, de três para quatro anos, desfavoráveis”, garante.
O conselho do dirigente é que, em voltando as chuvas, o produtor deva fazer as suas pastagens. “E, otimizar ao máximo o uso das mesmas, uma vez que o uso da silagem é pouca e temos que ter esta saída”, recomenda. Marcos Tang diz ainda que, no mercado, agora, a tendência é a remuneração ao produtor aumentar um pouco. “E de o produtor usar as pastagens. Mas cada um tem a sua dificuldade e tudo depende da disponibilidade de terras, de como o produtor toca seu rebanho, se está confinado ou não,” salienta. Ele complementa dizendo esperar que comecemos a entrar em uma melhor época de clima para uma melhor produção de forragens, milho e alimento para o gado de forma geral para poderem ter algum retorno. “E essa nossa constante dificuldade na luta em conciliar custo de produção e, pelo menos, poder tirar o custo de produção para não trabalhar no vermelho, que é difícil ultimamente”, desabafa.
Fonte: Guaíba