Três entidades representativas da classe médica gaúcha se manifestaram de forma oficial, nesta segunda-feira (29), com relação a problemas de atendimento de segurados do IPE Saúde. Em nota conjunta, a Associação Gaúcha de Oncologia Clínica, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), e o Departamento de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular da entidade, manifestaram a preocupação sobre a desassistência a pacientes oncológicos, tendo em vista as novas regras do serviço, implantadas em 1º de abril.
De acordo com a nota o IPE Saúde vem, há muitos anos, cerceando a atividade médica principalmente para pacientes que lutam contra o câncer, através da publicação de seu manual ‘Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas em Oncologia’, que vão contra as melhores técnicas de tratamento da doença, e impõem a adoção de tratamentos defasado. Além disso, o sistema de solicitação e de autorização de tratamentos, que são feitos de forma eletrônica, apresentam vários erros que inviabilizam a assistência oncológica a milhares de pacientes, prejudicando quem já estava em tratamento, e também quem iria iniciá-lo.
“Tememos pela saúde dos usuários, pois estamos nos aproximando da maior catástrofe em saúde já vista no Estado do Rio Grande do Sul. Caso o IPE Saúde não reveja sua posição, haverá pedidos de descredenciamento em massa e todos os seus usuários terão de acessar o SUS, sobrecarregando ainda mais os cofres públicos”, diz a nota. As entidades sugerem intervenções urgentes com o objetivo de dar continuidade adequada aos cuidados e aos atendimentos médicos e hospitalares dos quase 1 milhão de beneficiários do IPE Saúde.
Cremers
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) também emitiu nota oficial. O documento assinado pelo presidente, Eduardo Neubarth Trindade, se reporta ao anúncio de que 18 hospitais gaúchos vão se descredenciar junto ao IPE Saúde. A entidade pondera sobe a possibilidade de desassistência de parte da população gaúcha. O Cremers reitera que o atendimento à população deve ser prioridade de todos envolvidos.
“Além disso, o Conselho defende a retirada da obrigatoriedade de contrato global dos termos de negociação, uma vez que transfere aos hospitais o pagamento de honorários médicos, sem qualquer garantia a esses profissionais. Por fim, o Cremers defende o diálogo entre as partes envolvidas – profissionais da saúde, hospitais e governo do Estado – para buscar a melhor solução para a assistência de cerca de 1 milhão de pessoas atendidas pelo IPE Saúde, bem como para buscar melhor remuneração aos médicos credenciados”, diz a nota.