Bento Gonçalves

Entidades de Bento são favoráveis à vacinação, porém contrárias a obrigatoriedade do passaporte vacinal

Imagem ilustrativa (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Imagem ilustrativa (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Desde o dia 18 de outubro, passou a ser exigido no estado do Rio Grande do Sul a apresentação do comprovante de vacinação e/ou testagem para participação de algumas atividades classificadas como de alto risco no contexto da pandemia. Na ocasião, estes novos protocolos foram anunciados pelo governador Eduardo Leite. Contudo, desde então, líderes de entidades e associações ligadas aos setores mais atingidos pela pandemia posicionaram-se contra a apresentação de tal documento. As organizações representativas apontaram ser a favor da vacinação, contudo, pregam pela não exclusão daquelas pessoas que optam por não imunizarem-se contra Covid-19.

Em virtude desta opinião apresentada, a equipe de reportagem do Grupo RSCOM entrou em contato com o Presidente do Sindilojas regional de Bento Gonçalves, Daniel Amadio. Ele ressaltou que o Sindilojas, na presente situação e configuração da questão envolvendo o passaporte vacinal, posiciona-se de forma contrária.

“Nesse momento nós estamos com uma posição contrária embasada em primeiro lugar que na nossa região a AMESNE não reconheceu isso que foi protocolado determinado pelo Governo do Estado dentro do gabinete de crise que dita os protocolos em resposta à pandemia e nos cuidados que devemos ter. Nós que já sofremos muito com essa questão de fechamento de loja do comércio quando a pandemia estava com os números altos, vemos ali mais uma iniciativa de cercear a liberdade econômica dos eventos do turismo, do próprio comércio em si porque se isso se estender em aglomerações poderá mais adiante vir a ser tratado no comércio. (…) Eu sei, eu entendo de que a ideia é trabalhar a coletividade e trabalhar as pessoas que querem se sentir seguras mas nós temos que ver que a liberdade está sendo retirada e essa liberdade econômica fere os negócios, férias iniciativa, fere os eventos, então é nesse sentido que o Sindilojas se posiciona.” Afirmou.

Márcia Ferronato, que atualmente ocupa os cargos de Presidente do Comtur de Bento Gonçalves e Diretora Executiva do Segh, afirmou que o passaporte vacinal apenas aplicaria tais regras apenas aos setores já prejudicados durante a pandemia e seria de difícil fiscalização.

“Não é uma questão de ser contra e a favor. A gente tem muitas dúvidas,, inclusive em relação a a própria aplicação da lei porque a escolha de cinco grupos apenas. Então, a gente acha injusto porque segmentar de novo? São apenas cinco grupos que vai ser cobrado o passaporte vacinal. Então, isso, para nós, é injusto. Além das dúvidas como eu falei na aplicação, as regras que por aqui estão não são totalmente claras. E como você realmente aplica, de como o empresário que está lá na ponta consegue estar dentro da regra agora imposta, também são dúvidas recorrentes que a gente acaba atendendo diariamente dos empresários. Ou a questão também de confirmar no próprio aplicativo Conect SUS que não está 100% atualizado. Então às vezes você não tem como confirmar se a pessoa realmente está vacinada ou não. Então tem algumas coisas que a gente acha que acabaram ficando injustas e penalizando de novo cinco grupos. Alguns setores apenas que é praticamente o setor de eventos e o setor ligado gastronomia, turismo, a hotelaria e esportes também que acabou entrando.” Frisou durante a entrevista

Quem também posiciona-se contrário ao passaporte é o Deputado Estadual Tenente-Coronel Zucco do PSL. Ele, que recentemente esteve nos estúdios da RSCOM em Bento Gonçalves, destaca que a medida de obrigatoriedade acarreta na necessidade de fiscalização e, tal serviço, exigiria efetivo do poder público e, também, verba.

“Eu quero deixar bem claro que eu sou favorável a vacinação estimula a vacinação. Mas essa questão da obrigatoriedade de um passaporte vacinal incomoda neste momento onde a sociedade está dando o retorno para os gestores. Todos estão se baseando grande parte está assinando a pergunta que deveria ser feito ao governo do Estado e a determinados gestores municipais e quem vai fazer a fiscalização. Como será essa fiscalização é muito fácil botar no papel a determinação de um passaporte vacinal mas como será feita essa fiscalização. Vamos mais uma vez prejudicar os comerciantes que pós pandemia estão lutando para manter suas contas em dia. Os restaurantes as casas de festa. Então na minha visão é uma ação eleitoreira e uma ação que não não traz efetividade que não vai de certa forma a agregar ao momento atual onde a sociedade gaúcha sociedade brasileira está se acenando e a gente tem que ter o respeito a esta pequena parcela que por decisão própria não quis se vacinar.”

Na Serra Gaúcha, a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), posicionou-se também de forma contrária ante a obrigatoriedade do passaporte vacinal.