A licitação para a construção da primeira estação de tratamento de esgoto de Bento Gonçalves apontou a empresa Fast, com sede na cidade de Capinzal, no interior de Santa Catarina, como a responsável pelas obras, que, de acordo com a expectativa do chefe da Unidade de Saneamento da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) em Bento, Marciano Dal Pizzol, devem iniciar no primeiro trimestre de 2018, às margens da ERS-444.
O anúncio oficial do resultado ainda depende da homologação do processo, mas a Fast foi declarada vencedora porque os recursos de duas empresas desclassificadas da concorrência, a Rotária do Btrasil e a DT Engenharia de Empreendimentos, não foram aceitos.
“Falta homologação final desse processo e a ordem de início da construção. Eu acho que ainda dentro deste mês”, afirmou.
Para Dal Pizzol, as obras deverão estar concluídas até o final do próximo ano. Pelo contrato, que pode ser assinado ainda em dezembro, a Fast terá a responsabilidade de fornecer, construir, instalar, operar, monitorar e prestar treinamento operacional de uma estação de tratamento pré-fabricada para esgoto sanitário a ser implantada no município de Bento.
“Se começar em janeiro ou fevereiro, a previsão de conclusão dela é no final do ano e já entraria em operação assistida”, revelou Dal Pizzol.
Para isso, após a conclusão das obras, a empresa fará o acompanhamento dos trabalhos por um ano, para capacitar os funcionários da Corsan que passarão a executar o sistema. De acordo com a Corsan, serão investidos R$ 11,9 milhões. A Estação de Tratamento de Esgotos, em aço inox, terá vazão total média na ordem de 20 litros por segundo. A estimativa é que a obra seja concluída em aproximadamente 270 dias depois de seu início.
O investimento faz parte de um contrato entre o município e a companhia, renovado em 2010 e com prazo de vigência de 25 anos, que prevê um total de R$ 26 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para implantar o sistema de esgotamento sanitário em Bento Gonçalves.
O anúncio da empresa que será responsável pela construção da ETE encerra seis anos de impasses que impediram a implantação do tratamento de esgoto em Bento Gonçalves até hoje, e vai permitir a retomada da implantação da ETE do Barracão, iniciada em setembro de 2011 e interrompida pelo menos três vezes até 2016, quando o contrato entre a estatal e a empreiteira foi definitivamente rompido. A obra deveria ter sido entregue ainda no início de 2014, porém, quase quatro anos depois, a cidade ainda não pode contar com o tratamento de esgoto. O contrato entre a prefeitura e a Corsan previa que até o final de 2011 o serviço de saneamento deveria atender 20% das residências do município e, para o final de 2013, abranger 70% da cidade, mas até hoje, nenhum metro cúbico de esgoto é tratado.
Agora, a expectativa é de que a construção da estação do Barracão seja finalmente retomada até o início de 2018, depois de diversos adiamentos que iniciaram em dezembro de 2012, por causa da possibilidade de existência de um sítio arqueológico no local, o que foi descartado, permitindo a retomada das obras em abril de 2014, mas novos entraves técnicos interromperam as obras pela segunda vez. Depois, elas chegaram a ser novamente reiniciadas em agosto de 2015, mas pararam definitivamente no ano passado pela quebra de contrato.
“Acho que agora não vai ter nenhum entrave”, acredita o chefe da Corsan em Bento Gonçalves.
Além desta estação, há a previsão de instalação de mais duas ETEs, uma na região do Burati e outra no Vale dos Vinhedos. De acordo com Dal Pizzol, o Estado já trabalha para publicar o edital para a construção da ETE do Burati nos próximos meses.