Com orçamento de R$ 218 milhões para o ano de 2023, a Emater/RS-Ascar planeja investimentos em tecnologia de informação (TI) para facilitar o trabalho dos técnicos e garantir mais agilidade nos serviços prestados às propriedades rurais. A empresa de assistência técnica também pretende priorizar projetos voltados à irrigação e ampliar a oferta de cursos de capacitação em todas as áreas atendidas, das boas práticas agrícolas à criação de agroindústrias, afirma o novo presidente da Emater/RS e superintendente geral da Ascar, Christian Wyse Lemos.
Para Lemos, que assumiu o cargo em 8 de dezembro deste ano, a modernização resolverá um grande gargalo da assistência rural. “Hoje, (os técnicos) fazem as visitas de campo, fazem todas as análises, as anotações para desenvolverem os projetos e, depois, precisam abastecer dois, três, quatro sistemas de TI diferentes. É algo que não condiz com o potencial de trabalho da Emater”, diz.
Se, inicialmente, a integração tecnológica significará mais eficiência nos processos internos, em uma segunda etapa trará benefícios também para os produtores atendidos. “Não quero gerar falsa expectativa, não sei se a gente consegue concluir isso dentro do ano de 2023. Mas temos uma face desse sistema para o produtor, para que ele tenha o acompanhamento histórico da sua propriedade, da quantidade que colheu”, explica Lemos.
A nova gestão quer fortalecer o papel da Emater/RS-Ascar na execução de projetos previstos no Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural. Anunciado há um ano pelo governo gaúcho, o programa prevê, entre outras ações, um aporte de R$ 66 milhões para a construção de 6 mil microaçudes no Estado. Os escritórios da Emater já fizeram o levantamento dos produtores rurais interessados nos 450 municípios contemplados para a implantação de até 12 reservatórios. Segundo Lemos, a assistência oferecida nessa área terá um forte foco ambiental. “Temos premissas importantíssimas, como conservação de nascentes, bom manejo do solo, diversificação das culturas e a questão do carbono. A Emater vai, em parceria com a Embrapa, começar a evoluir nesse tema”, destaca, ao lembrar que a associação está presente em 497 municípios e mantém 12 escritórios regionais em todo o Rio Grande do Sul.
Com relação aos treinamentos oferecidos, a meta é não apenas ampliar o número de cursos de aperfeiçoamento do quadro técnico e de qualificação de produtores, como também reforçar as ações de divulgação dessas iniciativas no meio rural, incentivando cada vez mais a formalização de agroindústrias familiares. “Temos uma estrutura muito qualificada nessa área, é um dos trabalhos mais bonitos da Emater. Tu pegas o produtor que tem uma criação pequena de suínos e começa a mostrar a ele o potencial que ele tem se começar a fazer embutidos e agregar valor ao seu produto”, exemplifica Lemos.
Fonte: Correio do Povo