Bento Gonçalves

Em visita a Bento Gonçalves, presidente do Tribunal Regional do Trabalho fala sobre o home office

Em visita a Bento Gonçalves, presidente do Tribunal Regional do Trabalho fala sobre o home office

Na última semana, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho esteve cumprindo agenda em Bento Gonçalves. Na cidade, o desembargador Francisco Rossal de Araújo reuniu-se com diversos sindicatos, OAB, representantes do poder legislativo e executivo, bem como uma visita ao Hospital Tacchini. Na casa de saúde, o desembargador concedeu entrevista coletiva para falar sobre as ações do TRT4.

Um dos pontos abordados durante a conversa foi a respeito do trabalho remoto, prática que tem ganho cada vez mais adeptos ao redor do planeta. Com mais de dois anos de pandemia e adoção do teletrabalho, o home office, como é mais conhecido, o TRT4 precisou entender essa modalidade e, até os dias atuais, segue buscando uma compreensão de como o período laboral é otimizado ou prejudicado quando o colaborador permanece em casa.

o teletrabalho propriamente dito também é um fenômeno complexo. Tem que ser analisado nas suas vantagens e nas suas desvantagens. A primeira grande vantagem é permitir, por exemplo, que as pessoas trabalhem da sua residência. Isso evita a perda de tempo de deslocamento, principalmente nas grandes cidades.

Permite que a pessoa tenha uma maior liberdade na disposição do seu horário de trabalho. Permite que a pessoa esteja mais perto da sua família, que pode lhe trazer maior comodidade. (…) Reduz custos para as empresas. A empresa não precisa pagar o vale transporte, reduz custos de refeitórios etc. Para o trabalhador, lhe preserva o emprego e da mais liberdade“. Destacou o desembargador.

Além de apontar benefícios, o desembargador Araújo também apontou problemas do home office que são vistos pelo TRT4. Um dos principais pontos, segundo ele, é que nem todos ofícios podem ser executados no formato remoto. Agricultores e trabalhadores de um hospital, por exemplo, não conseguem trabalhar de casa.

Nem todas as atividades podem ter o teletrabalho, por exemplo, nós estamos num hospital. Tem coisas do hospital que tem que ser presenciais. Não existe nem tecnologia disponível [para trabalho remoto]. Na agricultura não existe trabalho, a não ser que a pessoa trabalhe num escritório. Então, não é uma panaceia para todos os tipos de emprego. Ele pode ser aplicado para alguns tipos de atividade econômica.

Segundo, o teletrabalho pode levar a um excessivo controle da vida da pessoa. Nós chamamos isso de direito de desconexão, que é um fenômeno que ocorre no trabalho. A pessoa está plugada 24 horas por dia, está sempre ligado, não para, não tem intervalo, não tem noite, vira a noite, não tem fim de semana. O ser humano precisa estar desconectado.

Na opinião do próprio presidente do Tribunal Regional do Trabalho, o home office é uma ferramenta de alto valor. A opção de desempenhar as funções laborais à distância permite a preservação de muitos empregos. Os pontos negativos devem seguir sendo estudados para que soluções sejam viabilizadas.