Segurança

Em um mês, Corpo de Bombeiros de Farroupilha atende 60 ocorrências de fogo em vegetação

Foto: Cristiano Lemos/Grupo RSCOM
Foto: Cristiano Lemos/Grupo RSCOM

Os primeiros dias de 2022 foram marcados por ocorrências que envolviam fogo em vegetações. Tanto às margens de rodovia, quanto no perímetro urbano das cidades da Serra Gaúcha, os chamados ao Corpo de Bombeiros passaram a ocorrer duas, três, até seis vezes ao dia para atender a esse tipo de situação.

Conforme um levantamento da corporação de Farroupilha, somente entre o dia 17 de dezembro e 17 de janeiro, foram 60 chamados. Além de Farroupilha, a 2ª Companhia atende também as cidades de Alto Feliz, Feliz, São Vendelino e Nova Roma Roma do Sul.

A reportagem do Grupo RSCOM conversou com o Sargento Anderson de Lima Dutra sobre os casos. Ele relatou que os atendimentos tem sido diários, e que por vezes, devido a distância do local do sinistro, há um risco de que a situação seja muito pior.

Sobre os números, ele relatou que o mês foi desgastante para a corporação.

“São quase duas ocorrências por dia. Só que as pessoas pensam que duas por dia é tranquilo. Mas não, houve dias que tiveram mais ocorrências. Teve dias que os Bombeiros trabalharam cerca de 12 horas em mato, ininterruptas. Então, a taxa foi muito grande de fogo em terreno baldio e vegetação. Foi um mês muito desgastante para nós”, disse.

Ele também comentou sobre os principais motivos das ocorrência. De Lima diz que o mato está seco devido a estiagem que atinge a Serra Gaúcha, e que algumas pessoas acreditam que o fogo possa ajudar a limpar o terreno. Com isso, há o risco de que as chamas se alastrem e causem uma tragédia. O sargento ainda diz que a irresponsabilidade de algumas pessoas tem contribuído para elevar o número de casos.

“Há um outro motivo que eu considero uma imbecilidade. Que é por fogo por divertimento. Tivemos ocorrências em um bairro em que fomos mais de duas vezes no mesmo dia para combater chamas e os moradores nos relataram que eram dois meninos que estavam dando fogo por divertimento no mato. Então, é complicado isso. O pessoal faz isso e não tem ideia do problema que pode arranjar”.

Além disso, ele deixou claro que colocar fogo em vegetação, mesmo em terreno particular, é um crime tipificado no Código Penal – artigo 250 – e no artigo 54 da Lei 9.605 de 1998, com pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa.

O sargento também comentou sobre os risco de afogamento nesta época do ano em que muitas famílias se dirigem para as margens de rios, balneários e açudes da região. Somente no último final de semana, ao menos três pessoas perderam a vida afogadas.

Conforme ele, em diversos pontos há placas de “proibido nadar” em rios da região, porém, por muitas vezes, há um desrespeito por parte dos banhistas. As recomendações são para que evite o banho em locais perigosos, o consumo de bebidas alcoólicas e as brincadeiras que possam gerar riscos.

Ele também deixou um alerta para os pais.

“As crianças são muito rápidas nas suas ações. Por um descuido, quem tem piscina em casa, ou costuma ir a rios com ela, tenham atenção. Quando vocês menos perceber, ela pode estar dentro da água. A recomendação, para quem é pai como eu, tenha o máximo cuidado, acompanhe ela, tenha sempre muito cuidado para que se evite uma tragédia”.