Os números não mentem: a população de Caxias do Sul é quem sofre com o impasse entre a prefeitura de Caxias do Sul e os médicos que atendem pelo SUS na cidade. Conforme levantamento da secretaria de saúde, cerca de 25 mil consultas deixaram de ser realizadas desde o início da greve. A Comissão de Greve estima que, contando as exonerações e a exigência do cumprimento de carga horária, o número pode passar de 50 mil.
Conforme os dados apresentados pela SMS, desde o dia em que o Sindicato dos Médicos anunciou a terceira greve da categoria neste ano, no dia 16 de abril, 25.218 mil consultas foram canceladas Centro Especializado de Saúde (CES) e nas Unidades Básicas de Saúde do município, além do Cais Mental.
Os números do município ainda apontam que, nas primeiras duas semanas, 60% da categoria médica aderiu à greve. Depois de um mês, o movimento registrava a adesão de aproximadamente 20% e agora o levantamento feito pela secretaria estima que entre 4% e 11% dos médicos ainda estão em greve.
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Para o presidente da Comissão de Greve, André Pormann, outros fatores contribuem para que o impacto do impasse na saúde seja ainda maior. Pormann estima que, pelo número de exonerações e redução de carga horária de médicos, a rede básica realiza aproximadamente 10 mil consultas a menos por mês. Ele ainda argumenta que 6 mil consultas foram realizadas pela obrigação do cumprimento da carga horária. No acordo anterior, os médicos atendiam 2 consultas a mais por dia para não precisar bater o ponto. Somando os dados da prefeitura com os apresentados pelos médicos, o número de consultas canceladas em Caxias no ano se aproxima de 60 mil.
Sem perspectiva de diálogo entre a Comissão de Greve e o prefeito, a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores vai cobrar ações do prefeito para diminuir o problema em uma reunião na tarde desta segunda-feira. Por meio de sua assessoria, a Secretária Deysi Piovesan confirmou que estará presente no encontro.
