Empreendedorismo

Em Caxias do Sul, Simecs Transforma aponta os desafios da indústria nacional

Empresários de vários segmentos acompanharam o evento que atualizou o panorama das tendências econômicas globais

Foto: Wellington Frizon / Grupo RSCOM
Foto: Wellington Frizon / Grupo RSCOM

As estratégias de desenvolvimento da indústria nacional passam pelo alinhamento com tendências internacionais, com políticas governamentais e com práticas sustentáveis. O recado foi dado por Paulo Herrmann, engenheiro agrícola, líder de grandes projetos no setor e um dos palestrantes que marcaram o 2º Simecs Transforma, evento realizado dia 14, junto à Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias (CIC).

O encontro com dezenas de empresários de vários segmentos de Caxias do Sul e região foi marcado pela expectativa. O time de palestrantes alinhou-se ao fato de que há muitos desafios pela frente, entre eles os movimentos da economia global, a falta de mão-de-obra qualificada e a carência de financiamentos governamentais para a pesquisa em novas tecnologias.

Paulo Herrmann

Nós estamos definitivamente entrando na era do digital, na era do plugado, na era da comunicação instantânea, na era da democratização da informação. Essa é a grande tendência que sai de todo esse movimento que eu falei do Covid-19, do conflito e do clima, acho que é a digitalização, entraremos numa época conectada e 0 5 G já é realizada em alguns lugares e dentro de 3 a 5 anos iremos conectar o Brasil de ponta a ponta com o sinal de internet” disse Paulo.

Herrmann também destacou a capacidade da humanidade em desenvolver a tecnologia em momentos de crise, como foi durante o pico da pandemia, bem como o período da guerra no leste europeu.

“Toda vez que você tem um momento de crise, como estamos vendo agora, também são momentos em que geram oportunidades. Quero chamar atenção para que a gente não fique só concentrado nos problemas, mas busque encontrar oportunidades neste momento de conflito. Por exemplo, essa guerra entre a Ucrânia e Rússia é para o Brasil uma oportunidade de exportar mais alimentos, oportunidade de que o mundo vai olhar para nós de uma maneira mais respeitosa como produtores de proteínas, enfim, em cima de cada um desses eventos a própria Covid-19 acelerou a digitalização, aprendemos a trabalhar de forma remota, trouxemos muitos jovens de volta ao campo, ao um rejuvenescimento do campo, cada um desses eventos têm algumas consequências negativas, não dá para dizer que 700 mil pessoas que faleceram é pouca coisa, por outro lado, é assim que funciona a vida e têm outras oportunidades. A comunidade, infelizmente, é na catástrofe que acaba se desenvolvendo” destacou Paulo

Para finalizar, Paulo Herrmann relatou à reportagem como ele vê o ramo da tecnologia na questão do emprego, onde o mesmo destacou a importância das universidades se aprimorarem para assim, poder ensinar os acadêmicos à trabalhar com essa nova era de forma correta.

Na questão do emprego tem o desafio das próprias universidades, nossa academia precisa entender este novo momento e preparar profissionais, as indústrias já estão no que chamamos de indústria 4.0 e a agricultura também. Precisamos de jovens que saibam interpretar aqueles dados que a máquina fornece e transformar em informação, porque o dado sem processar não serve para nada. Dado só tem sentido se ele é interpretado e se transforma em informação para ser usado” finalizou Herrmann.

Durante o 2º Simecs Transforma foi lançada a nova edição do tradicional prêmio Gigia Bandera, que neste ano ocorre dia 25 de novembro, mesmo dia em que o Simecs completa 65 anos. As inscrições para as categorias Jovem Empreendedor Industrial e Projeto Inovador já estão abertas e podem ser feitas por meio do link….

SOBRE O SIMECS
Com 64 anos de atuação, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs) é uma das maiores entidades patronais do Sul do país. Reúne mais de 3.300 empresas, de 17 municípios da Serra Gaúcha, que juntas respondem por 52 mil postos de trabalho e um faturamento anual de R$ 23 bilhões. Dentre suas prioridades de atuação estão o impulsionamento da inovação e da competitividade da indústria, a representação dos associados junto às instâncias políticas e econômicas e o incentivo à expansão dos negócios regionais nos mercados nacional e internacional.