A estratégia ESG e programas que vão da indústria ao campo visam conciliar o desenvolvimento do negócio e a preservação dos recursos naturais. Além disso, geram impacto social e sustentável. Essas iniciativas foram alvo de atenções na cooperativa Aurora na segunda-feira, 21.
“A sustentabilidade está no DNA das cooperativas”. A afirmação é da gerente de Desenvolvimento de Cooperativas da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Débora Ingrisano. Isto ocorreu durante a visita de uma comitiva formada por mais de 20 representantes de órgãos do Governo Federal e de entidades ligadas ao cooperativismo e ao associativismo no país.
A visita à maior cooperativa vinícola do Brasil faz parte da agenda preparatória para a COP30. Este evento ocorre de 10 a 21 de novembro deste ano em Belém, capital do estado do Pará, na região Norte.
O grupo conheceu a unidade do Vale dos Vinhedos. Lá é elaborado o suco de uva integral e foi inaugurado recentemente o maior Centro de Distribuição do setor no país. O diretor Industrial da Aurora, Roberto Lazzarini, falou sobre algumas características da produção que são importantes para a sustentabilidade. Ele enfatizou a sustentabilidade ambiental como do próprio negócio. Os ganhos com a expansão das embalagens em Tetra Pak de 1,5 litro para o suco de uva são significativos. Os resultados somam cerca de 70% do volume produzido pela empresa. As iniciativas vão da redução da emissão de CO2 na atmosfera até a eficiência logística no transporte.
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Foto/ Eduardo Benini
Na unidade Matriz, foram apresentadas as etapas da estratégia ESG da Aurora. Essas etapas incluem o diagnóstico prévio e os questionários respondidos tanto pelo time interno como por stakeholders externos. A avaliação da materialidade de temas relevantes e com impacto socioambiental também foi realizada. Além disso, há a atuação estratégica de Comitê interno de sustentabilidade instituído na vinícola. A cooperativa adotou práticas que são consideradas as melhores de mercado. Ela usa a chamada dupla materialidade, que é o cruzamento do impacto atribuído pela comunidade, poder público, fornecedores e parceiros comerciais com as impressões das diretorias e gerências internas.
“Desta forma estabelecemos diferentes níveis de importância para os eixos ambiental, social e de governança, todos relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os exemplos práticos está a definição de metas de mitigação de emissão de gases de efeito estufa, a gestão eficiente dos recursos hídricos e a promoção de boas práticas na atividade vitivinícola”,
Destacou a gerente de Sustentabilidade da Cooperativa Vinícola Aurora, Cassandra Marcon Giacomazzi.
O gerente Agrícola, Maurício Bonafé, falou sobre o trabalho desenvolvido no campo. Este trabalho tem como preceito a sintonia entre a produtividade e a preservação dos recursos naturais. Bonafé apresentou programas como o Boa Práticas Agrícolas (BPA). Além disso, iniciativas de incentivo à sucessão familiar nas propriedades, controle de doenças nos vinhedos e saúde e segurança dos trabalhadores rurais foram discutidas.
Cooperativismo como propulsor do desenvolvimento sustentável
O presidente da Cooperativa Vinícola Aurora, Renê Tonello, exaltou a importância das organizações. Ele destacou aquelas que têm o modelo associativo como pilar. Tonello enfatizou que a Aurora é formada por 1,1 mil cooperados. Todos são da agricultura familiar e produzem em pequenas propriedades com 2,8 hectares de vinhedos, em média.
“Temos muito orgulho da nossa história de 94 anos, toda baseada no cooperativismo. Somos pioneiros do enoturismo, líderes de mercado do suco de uva e de vinho fino brasileiro. Esses resultados impactam de forma muito positiva tanto a economia da nossa região como das próprias famílias de cooperados, os mais de 500 funcionários e toda a comunidade”, resumiu.
“Desta forma estabelecemos diferentes níveis de importância para os eixos ambiental, social e de governança, todos relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os exemplos práticos está a definição de metas de mitigação de emissão de gases de efeito estufa, a gestão eficiente dos recursos hídricos e a promoção de boas práticas na atividade vitivinícola”,
Sobre a imersão pré-COP30
A imersão pré-COP30 é uma iniciativa do Sistema OCB em parceria com o Sistema Ocergs. Esta foi pensada para incluir o cooperativismo na agenda da Conferência das Partes do Acordo-Quadro da Convenção sobre Mudança do Clima (COP). Para tanto, foram organizadas visitas com representantes dos diversos ministérios que tratam de cooperativismo e técnicos envolvidos na participação do Brasil nas COPs. Além disso, há integrantes de organizações internacionais estratégicas. O objetivo é conhecer in loco o impacto do cooperativismo no desenvolvimento sustentável do Brasil.
Participaram representantes da Secretaria Geral da Presidência da República, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Ministério da Agricultura e Pecuária, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Além desses, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério das Relações Exteriores, Ministério do Meio Ambiente e Ministério do Empreendedorismo estiveram presentes. Outras instituições também integraram a agenda na Vinícola Aurora, como Banco Central, Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, Pacto Global – Rede Brasil, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, ITC, BID, além da OCB e Ocergs também participaram.
FOTOS
Legenda (1): Grupo conheceu a unidade do Vale dos Vinhedos, inaugurada em 2019. Este local acelerou as iniciativas sustentáveis da Cooperativa Vinícola Aurora
Legenda (2): Agenda ESG foi apresentada para a comitiva que está em preparação para a COP 30
Crédito: Eduardo Benini