Mundo

Egito aceitou receber os brasileiros que estão em Gaza, diz chanceler brasileiro

Mauro Vieira informou que o grupo que está na região vai ser transportado por um ônibus na manhã deste sábado até a parte sul do enclave, mais afastada das zonas de ataque

Egito aceitou receber os brasileiros que estão em Gaza, diz chanceler brasileiro
Egito aceitou receber os brasileiros que estão em Gaza, diz chanceler brasileiro

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, disse que o Egito aceitou receber os brasileiros que estão na Faixa de Gaza. A declaração foi dada nesta sexta-feira, 13, em entrevista à imprensa após a reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que acabou sem acordo.

“Egito aceitou receber brasileiro em Gaza”, disse Vieira, informando que o grupo que está na região vai ser transportado por um ônibus na manhã de sábado, 14. O veículo foi contratado pela embaixada brasileira. Conforme explicou o chanceler, as pessoas vão ser levadas para uma localidade mais ao sul, longe da zona em que pode haver ataques israelenses, que, como avisado pelo governo de Israel, tem previsão de acontecer a partir de sábado. “O que propusemos é que eles saíssem e fossem levados para um aeroporto perto da fronteira para que o avião que já está em Roma possa buscá-los”, disse Vieira, que não precisou dia e nem hora para que toda a operação seja finalizada, mas enfatizou que o avião já está a postos.

Na quinta-feira, 13, o governo do Brasil disponibilizou uma aeronave utilizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para buscar os brasileiros que estão em Gaza. O avião partiu para Itália no mesmo dia e se encontra em Roma aguardando liberação para ir para o Egito, onde vai buscar os repatriados. O governo brasileiro informou que são cerca de 20 brasileiros, na sua maioria mulheres e crianças, interessados em sua retirada da Faixa de Gaza, porém, parte deles permanece reunida em escola local, aguardando evacuação para o sul, que está sendo viabilizada pelo Escritório em Ramalá.

A Embaixada em Tel Aviv solicitou formalmente ao Governo de Israel que não bombardeie a escola. Eles acrescentam que a outra parte do grupo está em Khan Younes, no Sul da Faixa, para onde muitas pessoas se deslocam após o alerta de evacuação emitido, ontem, 12/10, pelas Forças de Defesa de Israel. Para buscar os repatriados, foi disponibilizado uma aeronave utilizada pela Presidência da República. No momento ela se encontra em Roma, na Itália, e aguarda autorização do Egito para resgatar os brasileiros na Faixa de Gaza.

Reunião do Conselho de Segurança da ONU termina sem acordo sobre situação em Gaza

A reunião do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), convocada pelo Brasil, que atualmente é o presidente, terminou sem acordo sobre um texto final para as questões envolvendo a guerra no Oriente Médio, que acontece desde o dia 7 de outubro. O objetivo da reunião, que foi antecipada para esta sexta a pedido do Brasil, era discutir as questões humanitárias na Faixa de Gaza e debater resoluções para o conflito na região. O encontro foi comandado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A Rússia, que há quase dois anos está em guerra com a Ucrânia, sugeriu que o Conselho pedisse um cessar-fogo imediato, dizendo que só é possível assegurar uma solução a longo prazo para o conflito entre Israel e Hamas através de meios pacíficos. Do lado do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mobilizado esforços para tentar abrir um corredor humanitário na região entre Gaza e o Egito.

O enclave enfrenta uma crise humanitária desde que Israel impôs um certo total à região e impediu a entrada de comida, água, eletricidade, medicamento e demais itens básicos. O conflito entre Israel e Hamas, que começou no dia 7 dr outubro, já deixou mais de 3.200 mortos. Segundo o último balanço divulgado, são 1,900 vítimas na Faixa de Gaza, incluindo 614 crianças e 370 mulheres, informou, nesta sexta-feira, 13, o ministério da Saúde do movimento islâmico palestino Hamas. Além disso, pelo menos 7.696 pessoas ficaram feridas, acrescentou, após o Hamas lançar uma ofensiva contra Israel por terra, mar e ar no sábado. Em Israel, são 1.300 em Israel, conforme os dados oficiais, além dos 46 mortos em outras regiões. Há cerca de 500 mil refugiados internos na região, que está sendo bombardeada constantemente desde que o Hamas atacou Israel.