Mesmo que o Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional (Senalba) tenha decretado o fim da greve das professoras da educação infantil na segunda-feira, dia 4, as profissionais não concordam com a decisão e retomam a paralisação em Caxias do Sul. O fato pegou de surpresa muitas famílias, já que em várias instituições as crianças não tiveram atividades e voltaram para casa.
A educadora Stéfani Macagnan, da Escola Ana Aurora, unidade II, do bairro Cinquentenário, ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores na manhã desta quarta-feira, dia 6, para garantir que a greve é legal e que não há concordância da categoria sobre o fim do movimento.
“Não houve assembleia, não houve final da greve. Nossa greve é legítima. Nós ganhamos duas liminares que foram importantes. Agora, é esperar o posicionamento do presidente do nosso sindicato (Alceu Adelar Hoffmann), ver qual será a decisão dele, mas até lá a gente segue em greve”, afirma Stéfani.
A professora salienta que a decisão pelo fim do movimento foi unilateral.
“Ele (presidente do Senalba) não passou uma posição. Ele não perguntou se nós aceitávamos aquilo que foi oferecido, o aumento dos benefícios e da assiduidade. Foi uma decisão dele, totalmente desorganizada e que acabou coagindo algumas pessoas que agora não sabem se ficam trabalhando ou se saem. Uma coisa é certa: nossas demissões estão prontas. Então, é lutar pelos direitos que temos.
Logo após a apresentação do prefeito Daniel Guerra da gestão compartilhada, Alceu Adelar Hoffmann, afirmou que as educadoras, por esmagadora maioria, haviam aprovado o fim da greve.
“O estado de greve se encerra hoje (segunda-feira) e amanhã (terça) é para voltar tudo ao normal. A gente optou por voltar ao trabalho. Fizemos uma votação lá e pela maioria esmagadora o pessoal decidiu voltar ao trabalho. A greve acabou, foi dado o ponto final”, declarou na ocasião.
Às 19h desta quinta-feira, dia 7, haverá assembleia do Senalba com os profissionais para definições de rumos e conhecimento geral da proposta apresentada pela prefeitura.
Hoje, os educadores de escolinhas recebem R$ 2.298,80. Para 2018, a partir dos novos contratos licitados, poderá ser praticado um piso de R$ 1.373,64, sem a garantia de continuidade dos atuais profissionais hoje empregados. O executivo já sinalizou com redução de carga horária, de 44 horas para 40 horas semanais e uma remuneração intermediária de R$ 1.831,00.