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Eduardo Leite critica restrições à cidadania italiana e defende vínculos culturais da Serra Gaúcha com a Itália

Durante abertura de evento em Bento Gonçalves, governador afirmou conversou com o embaixador da Itália no Brasil sobre o tema

Eduardo Leite critica restrições à cidadania italiana e defende vínculos culturais da Serra Gaúcha com a Itália

Durante a abertura do Wine South America, evento voltado ao setor vitivinícola que ocorre em Bento Gonçalves, nesta segunda-feira (06) o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), falou sobre o impasse. Esse impasse envolve a restrição do acesso à cidadania italiana.

Em março, o governo italiano divulgou um Decreto-Lei que restringe o acesso à cidadania italiana para descendentes de fora do país. Esta situação impacta diretamente no grande público residente da Serra Gaúcha. Segundo o texto, a medida visa conter o crescimento de novos cidadãos com vínculos apenas formais com a Itália. Além disso, busca preservar a segurança nacional e a estabilidade administrativa dos consulados e tribunais italianos.

O governador afirmou que conversou com o embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, sobre o tema. Para Leite, uma possível restrição ao acesso à cidadania italiana preocupa. Isso acontece uma vez que a questão vai além da demanda por dupla nacionalidade, passando por vínculos de identidade cultural:

“Nós insistimos que é importante termos canais que não apenas permitam acessar a cidadania, como incentivem essa parceria, os vínculos, que são reais, não são artificiais. Estão muito presentes na nossa cultura, na nossa identidade, do que se empreende, do que se produz, das músicas que se cantam, dos hábitos e das tradições que temos vinculados à ascendência italiana muito presente no nosso estado”, afirmou.

O governador também salientou que, embora respeite a soberania italiana, espera que o debate parlamentar leve em conta a importância de manter e incentivar os laços históricos entre os dois países. Ele também reforçou, em conversa com o embaixador italiano, a importância de fortalecer esses vínculos. Ele acredita que não se deve reduzi-los por meio de legislações restritivas.

“Respeitamos o debate, que tem a ver com a autonomia da Itália para decidir como conduz esse processo, mas nós desejamos fortalecer vínculos e não diminuí-los”.