Com seus três principais setores afetados, a economia caxiense apresentou uma queda de -3,3% no mês de janeiro de 2023 quando comparado com dezembro de 2022. Uma das justificativas para o recuo é as férias coletivas, principalmente na indústria e serviços.
No período, o Comércio caiu -5% e os Serviços -9,3%, já a Indústria ficou estagnada em 0,5%. Conforme destacou a economista da Câmara da Industria Comércio e Serviços (CIC), Maria Carolina Gullo, o movimento já era esperado. “Quase sempre temos um número negativo, um mês de férias, em que cada vez mais as pessoas tem uma mobilidade maior”.
Por outro lado o Comércio e os Serviços cresceram 8,5% e 16,7%, respectivamente, em comparação com janeiro de 2022. Números comemorados e que mostram uma retomada após dois anos de pandemia de Covid-19. Por outro lado, neste recorte temporal, a Indústria caiu -8,6%.
“Em relação ao ano passado foi mais forte a queda [da Indústria]. É um mês que a gente não pode tirar conclusões muito precisas, pois tem todo um equilíbrio a ser analisado”, enfatizou Maria Carolina.
Os representantes da CIC e da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) defenderam que é preciso esperar pelos próximos passos do Governo Federal para entender como será o cenário da economia caxiense ao decorrer do ano.
Janeiro de 2022 com 2023 de cada setor
Os componentes da Indústria caxiense foram negativos no período, com exceção para as compras, que chegaram a 29,6% a mais que dezembro de 2022. Uma das justificativas para isso é a diminuição de horas trabalhadas no período, principalmente pelas férias. No acumulado dos últimos 12 meses há uma estabilidade de 0,3%.
A partir de janeiro de 2023 o indicador de Serviços passou a ser analisado pela Receita Bruta dos Serviços, e não mais pelo Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), utilizado até então. Mesmo assim, houve um crescimento de 16,7% quando comparado com janeiro do ano passado.
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Já o Comércio, puxado principalmente pelas livrarias e papelarias com o movimento de volta as aulas, cresceu 8,26% na comparação dos meses de janeiro de 2022 com o atual ano.
“Ainda tem algumas dúvidas do ponto de vista da troca de governo, nos primeiros 100 dias a gente não consegue avaliar, então gera algumas dúvidas, mas os números mostram que tem que caminhar. Começamos o ano bem e a tendência é que isso sigo”, destacou o Diretor da Câmara dos Dirigentes Logísticas Caxias, Marcos Rossi Victorazzi.
Mesmo com recuperação, inadimplência preocupa
Conforme a CDL, a queda nas compras entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023 também se justifica pela inadimplência dos caxienses. Mesmo que o número de pessoas com dívidas no município tenha caído 1,56% neste recorte, o crescimento de janeiro do ano passado para este ano foi de 4,95%.
Nos últimos meses, a própria CDL promoveu um feirão para limpar o nome dos caxiense que se encontravam em situação de inadimplência. Conforme o Gerente Administrativo Financeiro da entidade, Carlos Alberto Cervieri, os números de valores financeiros recuperados foram positivos.
Empregos
No saldo entre admissões e demissões, o levantamento mostrou que em janeiro, na comparação com dezembro de 2022, foram criadas 394 vagas em Caxias do Sul, um aumento de 0,2% no total de empregos formais no município. A agropecuária foi o segmento que mais abriu empregos, com 406 novos postos. Nos últimos 12 meses, o crescimento do mercado formal de trabalho foi de 4%. Atualmente, Caxias do Sul possui um total de 158.622 postos formais de trabalho.
Mercado externo
Em janeiro, o saldo da balança comercial caxiense apresentou queda de 91% em relação a dezembro de 2022, mas uma alta de 780% em relação ao mesmo período do ano anterior e alta de 99,3% no acumulado de 12 meses.
