A economia brasileira avançou 1% no primeiro trimestre de 2022, na comparação com os últimos três meses do ano passado, mostram dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado corresponde à terceira variação trimestral positiva consecutiva do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país —, que totalizou R$ 2,249 trilhões entre os meses de janeiro e março deste ano.
Na comparação com o intervalo entre os meses de janeiro e março do ano passado, o desempenho da economia brasileira apresentou crescimento de 1,7%. Já no acumulado dos quatro trimestres terminados em março, o PIB cresceu 4,7%, na comparação com os quatro trimestres imediatamente anteriores.
Com o resultado, a economia nacional figura em patamar 1,6% acima do quatro trimestre de 2019, período pré-pandemia. Ainda assim, o nível é 1,7% inferior ao ponto mais alto da atividade econômica do país, registrado nos três primeiros meses de 2014. Em 2021, o PIB nacional cresceu 4,6% ao atingir R$ 8,7 trilhões. A alta confirmou a recuperação das perdas de 2020, quando a economia brasileira encolheu 3,9% devido à pandemia do novo coronavírus.
Setores
O crescimento da economia no primeiro trimestre deste ano foi impulsionado pelo desempenho do setor de serviços, responsável por cerca de 70% do PIB nacional, que também cresceu 1% no período. “Dentro dos serviços, o maior crescimento foi de outros serviços, que tiveram alta de 2,2%, no trimestre, e comportam muitas atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação. Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia”, explica Rebeca Palis, coordenadora do Sistema Contas Nacionais do IBGE.
Ainda dentro dos serviços, houve crescimento de 2,1% do grupo de transporte, armazenagem e correio. Segundo Rebeca, o desempenho positivo do ramo está associado com o aumento do transporte de cargas e de passageiros, principalmente pelo aumento das viagens aéreas, demanda que ficou represada durante a pandemia.
Por outro lado, a agropecuária recuou 0,9% no primeiro trimestre. “Essa queda foi impactada principalmente pela estiagem no Sul, que causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira”, avalia a pesquisadora.
Na Indústria, houve estabilidade (+0,1%), com o maior avanço na área de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (+6,6%). A única queda trimestral foi das indústrias extrativas (-3,4%), que puxou o resultado para baixo. “A queda (das indústrias extrativas) se deve especialmente à produção de minério de ferro, que caiu bastante. Como a Indústria da Transformação teve alta (+1,4%) e tem bastante peso no grupo, isso equilibrou o resultado da Indústria”, observa Rebeca.
Na comparação anual, a agropecuária teve queda de 8% nessa comparação, resultado que pode ser explicado pela diminuição na estimativa da produção de algumas culturas cujas safras são importantes no primeiro trimestre, como a soja e o arroz. A Indústria também teve queda nessa base de comparação (-1,5%), influenciada pelas retrações da indústria da transformação (-4,7%) e das indústrias extrativas (-2,4%).
O recuo da indústria da transformação foi influenciado pela fabricação de máquinas e aparelhos elétricos, fabricação de produtos de metal, fabricação de produtos de borracha e material plástico, indústria moveleira e farmacêutica.
*Informações Correio do Povo