Agro Rural

“É uma safra desanimadora”, afirma presidente do Sintrafar sobre atual cenário da agricultura em Farroupilha

Culturas como a da uva apresentam perdas de até 40%

FARROUPILHA
Temporal derrubou parreirais no interior de Farroupilha (Foto: Divulgação/Sintrafar)

O excesso de chuva prejudicou as safras dos agricultores de Farroupilha. Além da perda de quantidade, a qualidade dos produtos não será a mesma já vista em outras épocas. Diversas culturas foram atingidas e isso, por consequência, impactará o bolso dos consumidores posteriormente.

Sempre em destaque nas colheitas, a uva deverá ter 40% de perdas em comparação com uma safra normal, e este número pode aumentar de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Farroupilha (Sintrafar), Márcio Ferrari:

“Esse percentual pode aumentar. Nós estamos agora entrando no auge da safra da uva, então pode ser que aumente esse percentual se o clima não colaborar. Está preocupando bastante a entidade e os produtores. Nós temos um ano pela frente preparando mais uma safra, porém com colheita pequena, remuneração e custo alto para produzir, isso é bastante preocupante”, avaliou.

As frutas de caroço também foram muito prejudicadas pela grande quantidade de chuvas na floração, pontuando principalmente os prejuízos nos pêssegos e nas ameixas. Por outro lado, ao menos neste ano a colheita da laranja se mostrou bastante satisfatória, no entanto a próxima já está prejudicada também pelo excesso de água, que ocasionou na queda das flores dos novos frutos.

A orelicultura, com suas verduras e legumes, sofreram da mesma forma com o clima. Ferrari destacou que esta: “É uma safra de verão desanimadora para os agricultores, proprietários rurais porque nos deixa sempre com a expectativa de termos dificuldades em nos mantermos”.

Agricultores foram prejudicados pelas chuvas (Foto: Divulgação/Sintrafar)

Duas questões ainda foram levantadas por Márcio Ferrari. A primeira delas é que os produtores vão sentir mais fortemente o custo de preparação das suas produções, já que os materiais são caros, e a segunda é que com dificuldades econômicas, agricultores possuem custeios a serem quitados nas instituições financeiras, além de investimentos realizados nas propriedades.

“É a realidade de uma safra ruim, que passamos por grandes dificuldades para conseguir produzi-la, com excesso de chuva, porém temos o contra ponto de três estiagens seguidas. Vamos torcer para que a safra 2024-2025 seja realmente melhor, que supere as expectativas e que tenhamos um clima mais estável dentro da normalidade da região”, completou Márcio Ferrari.

É esperado que o tempo colabore nas próximas semanas, para que dessa forma mais prejuízos não sejam contabilizados pelos produtores do município.