Desde que os fortes tremores atingiram a Turquia na última segunda-feira (6), mais de 19 mil mortes já foram confirmadas no país. Conforme o governo, tais números já são superiores aos abalos ocorridos em Istambul no ano de 1999, que teve 17 mil mortes.
A reportagem do Portal Leouve entrou em contato com o meio-campista caxiense Gustavo Campanharo, 30 anos. Ele mora na cidade de Kayseri com sua esposa e dois filhos (oito e quatro anos). Atualmente é jogador do Kayserispor. O atleta, que foi revelado pelo Juventude, falou sobre o cenário visto nos primeiros dias após o incidente.
“É um país devastado e que está sofrendo bastante. Porém, [as pessoas] estão se mobilizando para enviar ajuda às cidades [mais afetadas]. Todos mobilizados para enviar mantimentos, comidas, roupas, tudo o que essas pessoas estão precisando nesse momento para que possam se reerguer e passar por esse sofrimento”, comentou.
Agora o momento é de aflição, pois as autoridades de segurança consideram as primeiras 72 horas como as mais decisivas para encontrar sobreviventes após desastres como os tremores sentidos no país. Em um recente levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), somando Turquia e Síria (outro país que também foi fortemente abalado pelos tremores), o número estimado de mortes pode passar de 40 mil.
“Nossa situação perante as outras cidades é minúscula. O que passamos aqui foi mais o susto e a aflição de que os tremores pudessem voltar. Tivemos alguns problemas no nosso prédio, mas nada além disso”, falou Campanharo. No momento dos tremores ele estava fora de Kayseri devido a viagem do seu clube.
Uma situação que o atleta disse ter percebido é que muitas companhias aéreas turcas diminuíram o valor das passagens de avião para facilitar a chegada de ajuda as localidades mais atingidas. Até o momento, mais de 70 países já enviaram equipes para ajudar na Turquia e Síria, inclusive o Brasil.
O principal tremor teve duração de pouco mais de um minuto e seu alcance ocorreu em um raio de 250km, sendo possível sentir no Chipre e no Líbano. Ainda assim, outras 1.500 réplicas foram registradas posteriormente. Mais de 70 mil pessoas ficaram feridas, o número de desaparecidos não foi divulgado de forma oficial.
A família de Campanharo retorna nesta sexta-feira (10) para Caxias do Sul. “Até para sair dessa aflição e medo. Meu filho de oito anos já entende e sabe o que se passou, ele estava com medo”. Ele seguirá no clube, onde buscou alojamento, uma vez que seu apartamento apresentou diversas rachaduras.