Esta manhã a rádio Amizade fez um daqueles serviços que enobrecem o meio rádio. Colocou por mais de 90 minutos a conversar com o público o secretário de Saúde Diogo Segabinazzi Siqueira. Escolado como ex-prefeito no município de Santa Tereza e há um ano respondendo pela Secretaria de Saúde de Bento, fez pela rádio o que se vê que tem feito ao comparecer nos postos de saúde acompanhado por assessores e às vezes até pelo Prefeito.
Mas não é sobre o Secretário ou sobre o serviço prestado pela rádio que desejo me manifestar. É sobre as angústias da população em relação à saúde. Há muitas incompreensões, afinal o sistema é complexo e burocratizado. Talvez nem possa ser diferente, afinal são tantas demandas, tantos serviços diferentes que colocar tudo num prato só vai precisar de organização. Veja, algumas donas de casa se queixaram do “conversê” das agentes de saúde. Pensam ser um trabalho inócuo, quando sabemos que elas são a porta de entrada para que o sistema conheça a realidade das ruas, melhor dito, de cada lar ou família.
Há duas conclusões imediatas da extensa conversa que ouvi atentamente e que me chamaram a atenção: 1) talvez seja mesmo, como afirmou o Secretário, impossível atender e resolver a todas as questões, todos os problemas; mas para cada indivíduo que for atendido a satisfação será muito grande e com o condão de mudar o futuro daquela pessoa e dos que lhe cercam; 2) há um gargalo na comunicação. É preciso criar um sistema mais eficiente de comunicação que permita a quem tem o poder decisório ou seja, a caneta a caneta na mão, de tomar conhecimento dos problemas e auxiliar numa resolução mais ágil. Afinal, não se pode deixar as pessoas que tenham doença na família com esta aflição a mais, com dúvidas, sem resposta e sobretudo, sem ter com quem conversar.
Saúde foi, é e será sempre um das maiores angústias da pessoa. O corpo debilitado é porta de entrada para problemas tão graves quanto a própria doença: desestabiliza-se a mente, a estrutura familiar – muitas vezes é preciso de cuidador que deixa de trabalhar para atender seu ente adoentado – e daí vem a questão financeira. Ou seja, uma angústia atrás da outra e a sensação de impotência. É neste momento que que deve entrar a mão forte do governo através de seus profissionais e de toda a infraestrutura necessária. E a gente sabe que aqui há falhas que nem são pontuais. Investir em saúde é prioritário. Mas é preciso tratar não apenas com técnica e dinheiro. Atenção, sensibilidade, inteligência são vitais.