Fundada em 14 de setembro de 1960, a Escola Estadual Abramo Pezzi, localizada na Rua General Mallet, no bairro Rio Branco, em Caxias do Sul, tem uma trajetória que ecoa dedicação à educação pública na região. A instituição leva o nome de Abramo Pezzi, um dos pioneiros professores na colonização italiana da cidade, reconhecido por seu compromisso cívico e pedagógico.
Hoje, com mais de 480 alunos distribuídos pelos três turnos, conta com um corpo docente de mais de 30 professores e nove funcionários, consolidando-se como um pilar comunitário que acolhe e forma gerações.
Para comemorar o 65º aniversário da instituição, um projeto encabeçado pela professora Diana Perottoni, com apoio do corpo diretivo, comandado pela diretora Raquel Grazziotin, busca resgatar memórias e fortalecer os laços entre diferentes gerações que passaram pela escola. Intitulado “Abramo Pezzi – 65 Anos de História Viva”, o projeto reúne ações como a criação de um museu interativo, a publicação de um jornal comemorativo, mini entrevistas para as redes sociais e a reedição da tradicional eleição da “Boneca Viva”.
O resultado destas atividades será apresentado em um evento marcado para o dia 12 de setembro, às 19h, nas dependências da escola. A celebração é destinada à comunidade escolar — familiares e amigos dos estudantes, além de ex-alunos, ex-funcionários e ex-professores — e não será aberta ao público em geral.
Concurso da “Boneca Viva”
Um dos pontos mais emblemáticos do projeto é a eleição da “Boneca Viva”, tradicionalmente realizada nas décadas de 1960, 1970 e 1980, agora é reinterpretada com humor e reflexão crítica.
Em 2025, 18 candidatas — representando os três turnos — apresentaram suas campanhas em cartazes, mobilizando um primeiro debate sobre ética, estética e participação democrática. Os votos, adquiridos por R$ 1,00, têm valor simbólico e serão revertidos para melhorias na escola, como por exemplo, a aquisição de materiais para a prática de ping-pong, que segundo a profª Diana, é uma atividade querida pelos alunos.
O processo de escolha envolve equilíbrio entre avaliação de jurados e participação da comunidade, refletindo os valores democráticos: 50% dos votos vêm de jurados e os outros 50%, da venda simbólica de votos. Esse formato abre espaço para discussões importantes mediadas por professores de sociologia, filosofia e história — desde a crítica à compra de votos até o questionamento de padrões de beleza e empoderamento feminino. Ao final, a vencedora será coroada com faixa e sessão de fotos, em homenagem à tradição escolar, mas com uma abordagem consciente e atual.
O concurso da Boneca Viva, resgatado com essa nova roupagem, representa muito mais que diversão: é oportunidade de reflexão, pertencimento e construção coletiva de uma memória em permanente transformação. E é nessa atmosfera de celebração consciente que a comunidade da escola vai compartilhar emoções, saberes e histórias, reunidos na festa dos 65 anos, na noite de 12 de setembro.