Duas vinícolas de Bento Gonçalves e uma de Vacaria estão entre as investigadas da Operação Liber Pater, desencadeada na manhã desta quarta-feira, dia 2, em ambas cidades, Farroupilha e em Esteio, na região metropolitana. O objetivo é investigar desvios de recursos públicos com prejuízo à Embrapa Uva e Vinho, de Bento.
A ação, conjunta entre Polícia Federal, Ministério Público Federal (PF) e Controladoria-Geral da União, cumpriu nove mandados de busca e apreensão e um de condução coercitiva. Os outros dois mandados de condução não foram finalizados, pois os investigados não foram encontrados nas respectivas residências, mas comunicaram que se apresentariam à polícia ao longo do dia.
Além das três vinícolas, três produtores rurais e três empresas construtoras estão arroladas em todo o processo que ainda é inicial. O material apreendido possibilitará que a investigação seja de 2009 até 2017, mesmo que haja indícios que a fraude ocorra desde o início dos anos 2000.
As autoridades não puderam afirmar o valor total de uva com sobrepreço que foi adquirida pela Embrapa, isso só será possível após o levantamento de todos os dados e material apreendido. Dois funcionários da Embrapa, ligados à diretoria, seriam os responsáveis pela compra do produto acima do limite com dispensa de licitação.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela polícia. De acordo com o Delegado Regional de Investigações e Combate ao Crime Organizado da PF, Sérgio Busato, os crimes investigados vão de fraude à licitação até falsidade ideológica.
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“Os crimes investigados, apurados inicialmente no âmbito policial, são de fraude à licitação, formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e estelionato”, salienta.
O nome da operação faz referência a Liber Pater, deus romano da viticultura, cultuado antes mesmo do deus Baco, ligado ao vinho. A ação contou com 40 policiais e seis auditores fiscais federais.
Prejuízo também em obras superfaturadas
Ao menos cinco obras realizadas por três empresas de engenharia, foram superfaturas e causaram prejuízo estimado em cerca de R$ 790 mil. Uma das empreiteiras fez três obras, que foram desde a reforma da cantina fase 4, a construção do pórtico de acesso e o levantamento do prédio da chefia.
A coletiva ocorreu às 11h desta quarta-feira no auditório do Personal Smart, no Petrópolis, em Caxias do Sul. Mais detalhes devem ser repassados à imprensa ao longo da investigação.
