Caxias do Sul

Duas quadrilhas desmanteladas na Operação Tríade eram fixadas em Caxias do Sul

Ação ocorreu nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira e desarticulou três quadrilhas de roubo a banco no estado. Foto: (Polícia Civil/Divulgação)
Ação ocorreu nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira e desarticulou três quadrilhas de roubo a banco no estado. Foto: (Polícia Civil/Divulgação)

A ação policial que desarticulou três organizações criminosas envolvidas em 10 ataques a agências bancárias no estado do Rio Grande do Sul, denominada Operação Tríade, prendeu 33 pessoas em 14 cidades onde ocorreram o cumprimento de 116 ordens judiciais.

Ação ocorreu nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira e desarticulou três quadrilhas de roubo a banco no estado. Foto: (Polícia Civil/Divulgação)

Duas quadrilhas sediadas em Caxias do Sul foram desarticuladas e tiveram seus dois líderes identificados, de acordo com investigação da Polícia Civil: Alexandre Longhi da Rosa, conhecido como “Fazenda”, com base no bairro Diamantino, e Adair da Silva Chaves, o “Daio”, lotado no Cânyon e na Zona Norte, e que, inclusive, é irmão de Vanderlei Chaves, morto em confronto com a Brigada Militar em União da Serra. Outro líder identificado é Luiz Carlos de Oliveira, o “Corcorã”, que comandava o grupo criminoso em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos.

Com o emprego e atuação de 360 policiais e 104 viaturas, a operação foi focada em prender os acusados de participarem de assaltos a banco onde pessoas foram feitas como reféns, em uma espécie de escudo, denominado como cordão humano. Não há, até o momento, indícios de envolvimento destes grupos em ataques durante a noite e madrugada com a utilização de explosivos e derivados.

Das 116 ordens judiciais, 47 foram de busca e apreensão, 45 de prisão preventiva, três retenções de veículos adquiridos por envolvidos com quadrilhas e 21 conduções coercitivas.

Armas de grosso calibre apreendidas na operação. Foto: (PC/Divulgação)

Conforme Joel Wagner, diretor da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), estas quadrilhas estavam se especializando nos ataques conhecidos como “novo cangaço”.

“Nós tivemos um total de 10 cidades atacadas por essas organizações, e, talvez, com o desencadeamento desta operação, tenhamos provas suficientes para indiciá-los em outros fatos, porque é sabido que aconteceram fatos que são maiores do que estes investigados. Uma operação como essa sempre é importante não só por questões de prisão, para desarticular uma organização criminosa, mas para se obter provas que talvez se conheça a real extensão da quadrilha e outros fatos criminosos por ela praticada. Muitos dos integrantes são daqui, praticam o crime durante o dia, com reféns e parece que praticavam fatos mais no entorno na região de Caxias. Eles foram se expandindo para outras regiões. Fontoura Xavier foi bem grave. Pelo que vimos nas investigações, eles estavam obtendo muito dinheiro”, salienta Wagner.

Os três líderes já estão presos. “Fazenda” foi detido pela Brigada Militar em março deste ano com armas, drogas e veículo clonado na rua Gentil Montemeso, no bairro Diamantino, durante patrulhamento de rotina. Alexandre Longhi da Rosa foi abordado em um Honda City com placas de Porto Alegre, vestindo um colete à prova de balas e com uma arma de fabricação turca. Com ele, ainda foram localizados três carregadores com 50 munições de calibre 9mm. No bolso do criminoso, os brigadianos encontraram R$ 6,4 mil em dinheiro. No carro, foram encontradas uma touca ninja e miguelitos. Ele era fugitivo do Presídio Regional (Pics), de onde havia escapado em 8 de agosto de 2016.

Foto batida com o celular de Fazenda mostra envolvido em ataque a banco com armas e dinheiro. Foto: (PC/Divulgação)

Márcia dos Santos Córdoba, com envolvimento em repasse de informações para as duas quadrilhas de Caxias do Sul, foi presa na manhã desta quarta-feira, dia 17. Ela é, segundo a polícia civil, responsável pelo planejamento e exercia tarefas como indicar outras cidades para os executores dos assaltos. Ela é viúva de Vanderlei Chaves e ex-companheira do irmão dele, Adair da Silva Chaves.

Dupla com forte armamento em foto feita com celular de líder de facção. Foto: (PC/Divulgação)

Duas mulheres suspeitas de ter envolvimento com o mais recente ataque a banco, ocorrido na cidade de Fontoura Xavier em março, estão foragidas e seguem sendo procuradas pela polícia. Ambas têm residência em Caxias do Sul e são suspeitas de estarem dando apoio ao grupo criminoso na ocasião, em uma espécie de “segundinha”, para a fuga dos bandidos. Elas foram abordadas pela Brigada Militar em uma estrada de chão nas proximidades da cidade em um Xsara Picasso, onde foram localizados coletes à prova de balas roubados e um celular que foi apreendido. Naquela oportunidade, as suspeitas disseram que foram feitas reféns dos criminosos, o que, segundo o Deic, não confere com as investigações.