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Dois jovens gaúchos chegam a Porto Alegre, repatriados de Israel

Os estudantes Rafael Tobias Cohen Tvorecki, de 17 anos, e Eduarda Anele Schames, de 16 anos, retornaram no fim da noite de sexta-feira, dia 13, para Porto Alegre

Dois jovens gaúchos chegam a Porto Alegre, repatriados de Israel
Dois jovens gaúchos chegam a Porto Alegre, repatriados de Israel

Dois gaúchos retornaram na noite desta sexta-feira ao Brasil, no terceiro voo de repatriação de brasileiros que estavam em Israel. A aeronave pousou no Aeroporto Internacional Salgado Filho por volta das 23h35min.

O avião KC-390 Millenium, da FAB havia chegam em solo brasileiro às 6h07min em Recife. Rafael e Eduarda vieram com o quarto avião da companhia Azul que partiu de Pernambuco. Eles foram recebidos por suas famílias em momento de abraços emocionados no saguão do aeroporto.

O pai de Eduarda comentou como foi lidar com os ataques sabendo estar longe da filha. “Primeiramente, são milhares de pessoas sofrendo com tudo isso, um ataque terrorista brutal. É muita tristeza para todos os lados, inocentes pagando o preço”, citou.

“(No último sábado), ela foi acordada às 5h por um professor. Ele comentou sobre o ataque do Hamas. Nesse momento avisou que estaria indo para a guerra, chamado pelo Exército”, citou. “Nessa manhã ela já nos contatou, o que preocupou por não ter uma vivência dessa realidade aos 16 anos. Mas o colégio deu muito apoio”, descreveu o familiar

Até o momento, mais de 2,5 mil cidadãos brasileiros pediram para serem repatriados desde o início do conflito. Pelo menos 69 voltaram nesta sexta-feira, no terceiro voo da Operação Voltando em Paz.

Famílias de estudantes gaúchos contam a angústia que os jovens passaram em Israel

Dois jovens gaúchos chegam a Porto Alegre, repatriados de Israel

Um misto de angústia, tristeza e alívio marcaram o retorno de dois brasileiros gaúchos na noite desta sexta-feira. Os estudantes, Rafael Tobias Cohen Tvorecki, de 17 anos, e Eduarda Anele Schames, de 16 anos, retornaram na noite de sexta-feira em Porto Alegre por volta das 23h35 no terceiro voo de repatriação de brasileiros que estavam em Israel. A aeronave pousou no Aeroporto Internacional de Porto Alegre. Os estudantes foram recebidos por suas famílias no aeroporto. Os gaúchos foram resgatados de Israel, que está em conflito com o Hamas. O grupo estava em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), que está em missão para resgatar brasileiros no País em conflito.

Momentos de angústia para família dos gaúchos

O pai de Eduarda, Salomão Schames Neto, conta que os momentos em que a filha esteve em Israel foram de muita preocupação. Eduarda é estudante do segundo ano do ensino médio em uma escola de Israel. Ele explica que recebeu um aviso do professor de que os alunos do colégio onde a filha estuda precisaram se refugiar em abrigos subterrâneos conhecidos por bunkers, devido aos ataques promovidos pelo grupo Hamas.

“Ela foi acordada, às cinco da manhã, lá em Israel por um dos professores dela que comentou que o País estava sendo atacado. E nessa mesma manhã ela entrou em contato com a gente, já mandou uma mensagem. A Eduarda tinha um minuto e 15 segundos para correr até um bunker para se proteger. Quando tocou a sirene, ela teve que sair correndo assim e entrar no bunker”, detalha.

Salomão ainda destaca que apesar de ter a filha de volta ao Brasil, o momento é de muita tristeza e angústia. “Não é um momento de alegria. É um momento muito triste. Milhares de pessoas sofrendo com tudo isso, com um ataque terrorista assim. Muita tristeza para todos os lados, muitos inocentes pagando o preço desse ataque.”

Decisão nada fácil de voltar

Patricia Cohen Tvorecki, mãe de Rafael, contou que na madrugada de sexta-feira para sábado foi acordada com a notificação de diversas mensagens no celular sobre o ataque que Israel havia recebido. Rafael morava e estudava no País desde 2021. “Foi a primeira vez que ele foi para o bunker. A região onde ele morava não tinha conflitos. Depois disso, não consegui mais dormir”.

Horas depois, o filho liga para a mãe para informar que pela primeira vez precisou se abrigar em um bunker. Apesar da situação no País, Patrícia conta que o filho não queria voltar para o Brasil. Foi necessário, então, o irmão mais velho conversar com Rafael.

“Até para ele voltar para o Brasil, eu tive que negociar porque ele não queria voltar. Ele disse que não ia voltar e que estava tudo bem, que ele estava seguro onde ele estava. A gente conseguiu convencer ele a voltar, eu consegui inscrever ele para o voo de reparação no mesmo dia. A gente não sabe quanto tempo vai durar isso.”

Luis Alberto Cohen, irmão mais velho de Rafael, conta que após tentativas frustradas dos pais, decidiu ligar para o irmão e explicar a situação. “Eu liguei para ele à tarde e conversei com meu irmão para falar o que estava acontecendo. Defendi o fato dele voltar, por ele ser menor de idade e ele acabar sendo um alvo”. O irmão foi acordado na manhã de sábado com a notícia de que Israel estava sendo alvo do grupo extremista Hamas. A preocupação era maior ao saber que o irmão estava na região.

“Todos os dias eu chorei. O único dia que consegui sorrir e chorar de felicidade, foi hoje de manhã quando eu vi ele embarcando em São Paulo com a colega dele. A única coisa que fiz foi chorar de felicidade, mas uma felicidade administrada como angústia de tudo tá acontecendo lá em Israel”, desabafa.

Processo de Repatriação dos estudantes gaúhos

A família de Rafael e de Eduarda destacam que o processo de repatriação dos estudantes foi muito rápido.

“Eu fiz a inscrição de repatriação do Rafael no domingo, quando eu fiquei sabendo que tinha esse voo, eu inscrevi ele. Na quarta-feira de manhã, ele recebeu uma ligação dizendo que tinha voo para ele na quinta-feira para retornar para o Brasil”, detalha Patrícia.

Salomão acrescenta que o Governo Federal foi ágil no processo de repatriação da filha, de moradores e turistas de Israel. “A Força Aérea Brasileira nos orgulhou muito nesse momento. O Brasil foi um dos primeiros países que se organizou de uma forma extremamente rápida com um processo online de repatriação. Um tratamento maravilhoso em todos os lugares que chegaram, o pessoal da Força Aérea Brasileira apoiou minha filha. Tinha psicólogos e alimentação sempre em todos os lugares”.

“Israel é meu lar”, destaca Eduarda

Apesar do retorno não esperado, Eduarda destaca que foi o melhor a se fazer. Ela comenta que pretende voltar para Israel. “Agora quero ficar com meus pais e esperar tudo isso passar para poder voltar. Israel é meu lar, também. É triste sair de lá, mas é o melhor agora para poder esperar e voltar”.

A estudante salienta que o sentimento de uma incerteza do que está acontecendo predominava: “eu estava em um lugar seguro, mas não tinha certeza do que ia passar nos próximos dias”.

* Informações do Correio do Povo