A diretoria da Piá renunciou aos cargos em reunião na manhã desta quarta-feira, dia 17. A cooperativa de Nova Petrópolis enfrenta uma crise financeira há anos, que se agravou nos últimos meses. O ápice ocorreu na semana passada, quando atrasou o pagamento dos fornecedores de leite. Sem o principal insumo, a empresa não tem como produzir e, portanto, vender. As prateleiras do supermercado da marca seguiam vazias, o que preocupava ainda mais a comunidade.
Além do presidente Jeferson Smaniotto, renunciaram ao cargo o vice-presidente, o secretário-geral e integrantes do conselho de administração. A saída, porém, foi construída nos últimos dias. No final do ano passado, Smaniotto chegou a renunciar à presidência, mas voltou atrás. Ao longo da quarta-feira, foi publicado um edital que convoca uma assembleia no dia 19 de junho para eleger a nova direção da Piá.
Entidade se manifesta em nota oficial
Na tarde desta quarta-feira, dia 17, a diretoria da Piá se manifestou em nota oficial. Confira a seguir o que disse a entidade:
‘É notório o contexto de crise e instabilidade da economia nacional e do mercado de laticínios em especial, não sendo uma exclusividade nossa, mas uma situação mais geral do mercado. Tal situação acarretou a impossibilidade da cooperativa de honrar todos seus compromissos, pois com os recorrentes prejuízos dos últimos anos a operação chegou no limite e encontra-se totalmente sem caixa, porém os débitos estão sob atenção especial para breve solução.
Em decorrência da situação, ocorreu, na presente data, a renúncia dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da Cooperativa, bem como de grande parte dos conselheiros, passando a direção das atividades a cargo do Conselho Fiscal, desde às 11h da manhã de hoje. Nestes termos, o Edital de Eleição para que uma nova presidência e corpo diretivo assuma está sendo providenciado, nos termos do Estatuto Social da Cooperativa.
Além disso, informamos que o Conselho Fiscal, junto com uma equipe técnica e uma consultoria especializada já contratada, passarão a formar um Comitê de Gestão de Crise das atividades da Cooperativa, o qual já passa a funcionar a partir da presente data.
Adicionalmente, para enfrentar os seus desafios, a administração da cooperativa decidiu propor a maior restruturação dos seus 57 anos de história, uma vez que continuar da forma como a atual é inviável. Nesse contexto, serão analisados entre as opções de reestruturação, dentre outras medidas necessárias para proteger as atividades da cooperativa:
Captação de investimentos via novos investidores ou financiamentos; venda de ativos que não estão sendo utilizados, como imóveis / máquinas; venda de operações não prioritárias, como varejo, supermercados e agropecuárias; Foco no laticínio e em linha de produtos de maior valor agregado; redução de custos e despesas e profissionalização e melhoria da gestão.
Manteremos todos os cooperados e parceiros sempre atualizados de forma absolutamente transparente sobre a evolução de tais medidas e agradecemos, desde já, a confiança depositada para reerguer a cooperativa.’
Fonte: Primeira Hora