Nesta terça-feira, dia 10 de novembro, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. A data foi escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para chamar atenção para uma das deficiências mais comuns no mundo, que não recebe a atenção merecida, a deficiência auditiva.
No Brasil, estima-se que o número de pessoas que possuem algum tipo de deficiência auditiva chegue a dez milhões, de acordo com o IBGE, e a cada mil recém-nascidos, três já nascem com perda auditiva.
A maioria das pessoas cuida do coração, dos olhos e do físico como um todo, mas se esquece da audição. A poluição sonora está a nossa volta praticamente 24/7, no barulho dos carros, das ambulâncias, conversas, músicas e máquinas.
Segundo o Otorrinolaringologista Dr. Mário Bettinelli, a prevenção começa ainda na infância. “O principal na infância é o teste da orelinha. Com ele a gente consegue identificar as surdezes precocemente e começar uma intervenção ou tratamento desde cedo”, relata.
A criança que escuta mal pode ter dificuldades em desenvolver a fala, o que impede que ela se desenvolva de forma completa, dificultando sua socialização com colegas na escola e com os adultos. Quanto mais tarde o tratamento é iniciado, mais difícil se torna a vida da criança.
“É importante frisar também que toda gestante deve ter um acompanhamento firme com o seu obstetra, pois existem algumas infecções contraídas durante a gravidez que podem ser transmitidas para o bebê, que pode vir a desenvolver algum grau de surdez ainda no útero da mãe”, explica.
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Cuidados
Já na idade adulta, existem diversos cuidados que devem ser tomados no nosso dia a dia. O uso de cotonetes ou grampos dentro da orelha, por exemplo, deve ser evitado. Outra precaução é evitar o uso por tempo prolongado de fones de ouvido, que produzem ruídos em alta intensidade.
Uma das maiores causas dos problemas auditivos é a exposição a ruídos no ambiente de trabalho. Por isso, os exames periódicos e o acompanhamento médico do trabalhador são extremamente importantes para a prevenção. “Além dos cuidados médicos de rotina, também é importante utilizar corretamente os equipamentos de proteção individual (EPIs), pois isso previne futuros problemas”, relata.
Existem diferenciações dos tipos de surdez, temos a surdez condutiva, a neuro censorial e a mista e a gente ainda pode ter a surdez congênita, transmitida da mãe para a criança, e a adquirida, que podemos ter com o passar dos anos, principalmente na terceira idade. O trabalhador que não tem proteção com a audição, o paciente depois de um AVC ou infarto, pode adquirir a surdez como sequela.
A surdez também ocorre em situações traumáticas. Um acidente em que a pessoa bateu a cabeça, uma perfuração de tímpano por colocar algum objeto pontiagudo dentro do ouvido, esse tipo de situação também pode causar a perda de audição.
“É importante fazer o acompanhamento médico, inicialmente com o seu clínico, mas depois com um especialista, principalmente na terceira idade”, explica o Dr. Bettinelli. “Uma vez que a gente tem uma diminuição da nossa capacidade auditiva, nós temos a tendência de ter um rebaixamento nas habilidades cognitivas, o que pode ser um fator de risco para doenças neurológicas degenerativas”, conclui.
