Comportamento

Dia Mundial Sem Tabaco: “Em média, fumar reduz a expectativa de vida em dez anos", diz especialista

Dia Mundial Sem Tabaco: “Em média, fumar reduz a expectativa de vida em dez anos", diz especialista

Nesta segunda-feira, dia 31 de maio, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Fumo ou Dia Mundial Sem Tabaco. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com intuito de alertar a sociedade sobre os riscos do cigarro e do tabagismo para a saúde.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2019, o Brasil registrou mais de 31,2 mil novos casos de câncer de pulmão por tabagismo, sendo que mais de 428 pessoas morrem por dia vítimas dessa doença.

O tabaco é um fator de risco para a diminuição da longevidade e da qualidade de vida. Em média, cada cigarro tira três minutos de vida de seu usuário. O cigarro apresenta mais de mil e quinhentas substâncias nocivas em sua composição, incluindo três principais em relação a morbimortalidade: o monóxido de carbono, a nicotina, que é a responsável pela dependência química, e o alcatrão, que é responsável pelas maiores enfermidades relacionadas ao cigarro.

“Fumar aumenta em vinte e duas vezes o risco de desenvolver câncer de pulmão, aumenta em duas vezes o risco das pessoas terem derrame cerebral e em quatro vezes o risco de ter alguma doença cardíaca. Um em cada cinco fumantes ainda terá uma doença chamada pulmonar obstrutiva crônica, que causa enfisema ou bronquite”, relata o Dr. Diogo Sandri Soligo, Diretor Técnico do Núcleo Idoso e Doenças Crônicas de Caxias do Sul.

O especialista ressalta que, além das doenças citadas, o uso do tabaco ainda pode resultar em mais de vinte tipos de câncer, como por exemplo de boca, lábios, garganta, esôfago, estômago, colo retal, trato urinário e ovário.

“Em média, fumar reduz a expectativa de vida em dez anos e também é fator de risco para as questões de demência, impotência sexual, infertilidade, osteoporose e catarata. Além disso, um impacto também do cigarro na vida dos usuários é a questão de que fumar é um hábito caro, né? Tem um custo bastante alto por pessoa. E ainda, na nossa realidade, da pandemia da Covid-19, o fumante também tem o risco de desenvolver um quadro agravado da doença”, complementa.

A superação do vício

O cigarro causa três tipos de dependência, a química, que é a fissura e a compulsão por fumar, que está diretamente relacionada a nicotina, a dependência psicológica, pois o cigarro se torna uma válvula de escape, para alívio do estresse, um companheiro, e a dependência do hábito, quando o uso do cigarro é associado a hábitos do dia a dia, como tomar café, álcool ou até mesmo fazer uma refeição.

“O tratamento do tabagismo, ele é fundamentado, justamente, em combater esses três tipos de dependência. A gente sempre orienta os pacientes a fazer uso, no caso da dependência química, dos tratamentos medicamentosos, dos quais a gente disponibiliza, aqui em Caxias do Sul, dos adesivos de nicotina e da droga chamada bupropiona, a gente também oferece, na questão psicológica, um atendimento de uma terapia breve, cognitivo comportamental, no qual são disponibilizadas quatro sessões de avaliação individual com o paciente”, explica o Dr. Soligo.

Além dos tratamentos medicamentosos, o especialista ainda ressalta dicas para driblar as questões do hábito. Entre elas estão beber bastante água, ter algo sempre para mastigar, para tentar substituir o cigarro, praticar alguma atividade física e até algumas técnicas de relaxamento ou de respiração profunda.