Nesta sexta-feira, 1º de dezembro, é lembrado o Dia Mundial da Luta contra a AIDS. Para marcar a data e conscientizar a população sobre os cuidados e evitar a contaminação pelo vírus, no sábado (02), a Unidade Móvel da Secretaria da Saúde de Bento Gonçalves estará das 08 às 12h, realizando uma atividade de testagem na Via del Vino, com testes rápidos de HIV, Sífilis, Hepatites B e C.
O início da epidemia da AIDS, no município, foi registrado os três primeiros casos da doença, nos anos 80, que resultou numa incidência média de 1,0 caso por 100.000 habitantes.
Conforme dados da Vigilância Epidemiológica, o número de doentes de AIDS cresceu continuamente entre as décadas: anos de 1990-1999, com 19 casos; nos anos de 2000-2009 houve um crescimento, chegando a 242 casos e nos anos de 2010-2019, a 275 casos notificados.
A incidência média da doença permaneceu estável nas décadas de 2000-2009 (24,4/100.000 habitantes) e década 2010-2019 (24,3/100.000 habitantes).
Nos três primeiros anos da década de 20 (2020-2023), contudo, a incidência dos casos de AIDS, reduziu de 58,4% para 10,1 casos por 100.000 habitantes.
Com o uso do tratamento antirretroviral, que até 2012 era preconizado apenas para os doentes de AIDS, sendo recomendado de forma precoce para as pessoas com diagnóstico pelo HIV, o que reduziu à evolução da doença AIDS.
Sendo assim, iniciado as notificações destes casos de HIV, obtendo números destes diagnósticos.
Quanto ao número de casos de HIV/AIDS, na década de 2010-2019, foram notificados 421 casos (incidência de 37,2/100.000). E, nos quatro primeiros 3 anos (2020 – 2023), foram 153 casos (incidência de 30,4/100.000).
Considerando o período de 1986 até novembro de 2023, foram diagnosticados 590 casos novos de AIDS e 248 de infecção pelo HIV, somando um total de 838 pacientes.
Deste total, 144 casos morreram, devido à infecção pelo HIV. A maior incidência média de mortes foi registrada na década de 2000-2009: 6,3 mortes por 100.000 habitantes.
Na década de 2010-2019, houve redução dos óbitos para 4,5/100.000 habitantes, mas mantém-se em estável no início da década de 2020 (4,8/100.000hab).
Diferença entre HIV e AIDS
Quando se faz um diagnóstico cedo, sem infecções, a pessoa é apenas portador do vírus HIV, iniciará tratamento com os antirretrovirais e não ficará doente.
Mas quando o diagnóstico é tardio, que o indivíduo apresenta outras doenças (tuberculose, meningite e outras infecções) já será considerado caso de AIDS.
Acrescentando, as formas de que não ocorre transmissão do vírus: suor, lágrima, aperto de mão, abraço, sabonete, toalhas, talheres, copos, chimarrão, picada de inseto, assentos, piscinas e banheiros, a fim de desmitificar preconceitos sobre o HIV.
E, para esclarecer, as formas de transmissão do HIV ocorrem na seguinte forma:
-sexo desprotegido, expondo homens e mulheres de qualquer idade, independente do tipo de relação sexual que praticam (vaginal, oral e anal);
-da mãe para o filho na gestação, parto e amamentação;
-compartilhando materiais que apresentam sangue (cachimbo do crack, canudo de aspirar cocaína e drogas injetáveis);
Qual a melhor forma de prevenção?
Sempre foi e será o uso do preservativo. Além dos testes rápidos, tratamento adequado do diagnóstico das outras ISTs, entre outras.
O Ministério da Saúde define como prevenção combinada como estratégia de intervenções, aplicadas no nível dos indivíduos, de suas relações e dos grupos sociais a que pertencem, mediante ações que leve em consideração as necessidades e especificidades e as formas de transmissão do vírus HIV.
Diante disso, as intervenções biomédicas, como a profilaxia pós exposição (PEP) e a pré exposição (PREP). Ambas situações podem ser atendidas no serviço público como privado.
A PEP deve iniciar até 72 horas após a exposição, com duração de 28 dias de tratamento. Já a PREP, é uso contínuo, o usuário define o tempo de tratamento. Mas deverá ter rigor nas consultas médicas e exames anti-HIV.
Também, conforme Nota técnica nº 05/2019 (MS) “evidências científicas corroboram a afirmação de que pessoas vivendo com HIV(PVHIV) em terapia antirretroviral (TARV) e com carga viral indetectável há, pelo menos, seis meses não transmitem o vírus HIV por via sexual”.
O termo Indetectável = Intransmissível é consenso entre os cientistas e vem sendo amplamente utilizado mundialmente por instituições de referência sobre o HIV. O reconhecimento do I = I pode gerar impacto positivo nas relações das PVHIV, pois se contrapõe a conceitos passados de que todas as PVHIV são potenciais transmissoras do HIV por via sexual, o que está atrelado a estigmas e preconceito.
Portanto, o uso contínuo e correto dos antirretrovirais também são uma forma de prevenção e mostra o ganho de qualidade de vida, neste atual contexto, para as pessoas que superam seus traumas e estigmas, em relação a infecção pelo HIV.
Os testes rápidos estão disponíveis em todas as Unidades de Saúde, além do SAE/CTA.